05/05/2023 as 09:40

ARTE

‘PASSATEMPO’, de Carlos Cauê, estreia em maio no Teatro Atheneu

O figurino desenha uma estética surreal, como é quase surreal a ação dramática dos dois personagens desdobrando-se em outros personagens e superpondo camadas de realidade por onde se passa o tempo

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‘PASSATEMPO’, de Carlos Cauê, estreia em maio no Teatro Atheneu

Dia 5 de maio, às 20 horas, no Teatro Atheneu, os atores Ivo Adnil e Cícero Vieira estreiam o espetáculo Passatempo, texto de Carlos Cauê com direção de Sandro Américo. O espetáculo põe em cena dois personagens – Danton Peres, um ator idoso, já sem o afago das plateias e dos aplausos, e seu fiel valete Mimi, assistente devotado ao amigo e ídolo – que passam seus dias revisitando os personagens que o ator interpretou no passado, numa reinterpretação lúdica da arte e da vida, que fala de amizade, admiração e principalmente um profundo amor fraterno unindo os dois seres numa relação de mútua dependência.

No microcosmo de um apartamento, os dois reinventam a vida a partir de cada personagem revivido, fazendo nesse meta-teatro reacender uma nova perspectiva da diversidade humana e um novo olhar sobre eles mesmos. O ator, que já não vive em completo contato com a realidade – mas tem lampejos de consciência de sua decadência – e o seu assistente simples e fundamental para a grandeza do outro, fazem de “Passatempo” uma reflexão profunda sobre a vida, o tempo, a velhice, o amor e, sobretudo, o teatro. Na montagem, a direção conduz a ação cênica centrada no trabalho de ator – o ator em cena é o espetáculo. O corpo, a voz, o psíquico, o emocional.

O figurino desenha uma estética surreal, como é quase surreal a ação dramática dos dois personagens desdobrando-se em outros personagens e superpondo camadas de realidade por onde se passa o tempo. O espetáculo tem 75 minutos e conta ainda com composição de músicas de Sandro Américo e arranjos de Deidison Rocha, figurinos, cenários e maquiagem de Jully Somar, confecção de figurino de João Araújo, sonoplastia de Cristiano Oliveira, iluminação de Victor Pinto, preparador de voz Edgar Degas, direção de elenco de Irá Santtus e produção de Ivo Adnil.