05/07/2018 as 09:58

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No jogo político também tem fair play



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No futebol o impedimento é uma das grandes falhas de posicionamento do time diante do gol. No jogo da política o termo correto para essa mesma falha é obstrução. Depois de 13 anos no poder, os partidos de esquerda não desaprenderam como fazer oposição. O problema é que esse impedimento no campo da Câmara impede o Brasil de avançar e é preciso um bom juiz para manter a bola rolando.

Com a prisão do ex-presidente Lula, os partidos de esquerda ficaram quase três semanas sem deixar nenhum projeto de lei seguir adiante. Os deputados vinham a Brasília, mas ficavam apenas na defesa, sem nenhuma atuação expressiva. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, tentava negociar, mas a muralha criada pela esquerda ficava cada vez mais intransponível. A pedido de Maia, tive de entrar em campo para resolver esse impasse.

Passei a fazer o meio de campo entre situação e oposição e consegui abrir algumas brechas no sistema de defesa dos partidos de esquerda. Na semana passada, em meio aos festejos juninos e a expectativa de jogo do Brasil na Copa, foi difícil atingir o quórum mínimo para sessão. Com poucos deputados na Casa, é ainda mais fácil obstruir totalmente a pauta.

Em 25 de junho, passava das nove da noite quando passei a conversar com cada um dos líderes dos partidos e aos 45 minutos do segundo tempo conseguimos aprovar o projeto de lei do deputado Jorginho Mello. A proposta garante o retorno de micro e pequenos empresários inadimplentes ao Simples Nacional, um sistema especial de tributos, desde que esses empresários se comprometam a quitar os débitos através do Refis. Com essa medida, mais de 470 mil pequenos e microempresários vão ser beneficiados. Esse sim, foi um jogo com fair play.

Manato (PSL-ES) é deputado e quarto suplente da Mesa Diretora