10/08/2018 as 09:07

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EDITORIAL: Basta!

Os protestos não são apenas contra o Governo Temer. Eles atingem também os atuais governadores dos estados.

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Os servidores públicos estaduais de Sergipe passam por maus momentos nos últimos seis anos e sem nenhuma perspectiva de que dias melhores virão nos próximos meses ou anos. Sentindo reflexos da crise econômica que atinge o país e das más gestões no dinheiro público, os servidores foram muito penalizados.


Não há um só segmento do serviço público estadual que se diga satisfeito com os dois últimos governantes de Sergipe. Policiais militares e civis, professores, médicos, enfermeiros, motoristas, secretárias, delegados, fiscais, auditores, agrônomos e engenheiros, entre outros, comentam abertamente as suas insatisfações.


Por mais que o governo busque, às pressas, soluções isoladas para problemas expostos por servidores, está difícil agradá-los. São cerca de 50 mil servidores jogados em repartições públicas sem condições de trabalho, esquecidos numa máquina administrativa que funciona precariamente também no atendimento ao público usuário de serviços.


As delegacias de polícia, as escolas e os postos de saúde funcionam precariamente. As reclamações são feitas com muita frequência. As soluções não aparecem e o governo faz remendos para manter os prédios abertos. Nos segmentos da saúde, a falta de medicamente e de boas condições de atendimento irritam toda a população, que acompanha nas mídias o drama dos doentes.


Hoje, no Dia do Basta, muitos servidores estaduais, aliados dos federais, devem paralisar as suas atividades. Os protestos não são apenas contra o governo do presidente Michel Temer. Eles atingem também os atuais governadores dos Estados, muitos dos quais, 19 ao todo, a exemplo do de Sergipe, vão disputar a reeleição e podem ser punidos nas urnas por não terem cumprido o dever da casa.


Nesta sexta-feira, trabalhadores de todo Brasil realizam protestos contra o aumento do desemprego, a volta da miséria ao Brasil, o aumento do preço do gás de cozinha e dos combustíveis, o aumento da mortalidade infantil, os cortes das políticas públicas, os cortes na saúde e educação, a desvalorização dos servidores públicos...


Na esfera do serviço público estadual, os servidores querem ser lembrados, desejam salários justos e pagos no mês trabalhado, melhores condições de trabalho, mais segurança, melhor educação, mais saúde para todos. Promessas, agora na boca da urna, não resolvem anos de descaso e má gestão.