11/09/2018 as 07:33

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EDITORIAL: Um paciente quase terminal

Será preciso trabalhar para que o Estado supere esta fase de crise, que se faz presente em todas as unidades da federação.

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O governador que for eleito este ano para gerir a coisa pública em Sergipe terá muitas dificuldades pela frente. Qualquer um deles – Valadares Filho, Eduardo Amorim ou Belivaldo Chagas, entre outros. Não basta ter projeto para todos os segmentos da administração. Será preciso trabalhar para que o Estado supere esta fase de crise, que se faz presente em todas as unidades da federação e que em nosso Estado assumiu proporções drásticas.


Sergipe é um dos Estados mais atingidos pela crise econômica no Brasil. No segmento emprego, entre desocupados e subocupados, o Estado tem 257 mil e não há a mínima condição de gerar tantos empregos em quatro anos (período de um mandato). O número de desempregados atinge 173 mil pessoas. O contingente é elevado para um Estado que tem pouco mais de dois milhões de habitantes.


Há também problemas graves nas áreas de Segurança Pública, Saúde e Educação. Está claro que o governador eleito terá que travar uma guerra para combater o crime, que amedronta a todos e projeta muito mal a imagem do Estado dentro do país. Éramos o Estado mais violento do Brasil e agora estamos entre os cinco mais violentos.


A saúde pública é alvo frequente de denúncias. O Hospital de Urgência (Huse), a mais importante unidade hospitalar pública de Sergipe, é sempre motivo de denúncias de atendimento precário ou de não atendimento às pessoas mais carentes, além de registros de equipamentos quebrados. A imagem do Huse é ruim e será desgastante para qualquer um entre os nove candidatos que venha a assumir o governo.


A educação é exposta em má situação. Os próprios professores cobram ao governo melhorias nas condições de ensino. Há casos de prédios com problemas na estrutura física. Os profissionais do magistério querem mais segurança para si e seus alunos, alvos de marginais com muita frequência. Falam ainda que recebem salários muito baixos.


A situação de Sergipe poderia ser classificada hoje, se isso fosse possível de acontecer, como pré-falimentar. O quadro é caótico e, por isso, os candidatos ao governo precisam ser responsáveis em relação às promessas eleitoreiras que fazem. É bom ter a consciência de que o Estado está em péssimas condições e mal paga salários de seus cerca de 40 mil servidores.