15/10/2018 as 07:56

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EDITORIAL: Abaixo a discriminação

O Nordeste não se curvará diante dos preconceitos e debilidades mentais de segmentos de brasileiros que não reconhecem os verdadeiros brasileiros.

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Voltaram a circular nas redes sociais comentários discriminatórios contra os nordestinos. Todos os brasileiros sabem que é no Nordeste que o Brasil é mais Brasil e que foi a partir daqui que o nosso país passou a existir. Foi na Bahia, em 1500, que o Brasil foi descoberto pelo português Pedro Álvares Cabral.


Dizem os críticos dos mais de 56 milhões de brasileiros que moram nos nove Estados da região – Sergipe, Alagoas, Bahia, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí e Maranhão – que os nordestinos são preguiçosos e economicamente e politicamente atrasados, porque não somos ricos como eles e não votamos nos mesmos projetos políticos optados pelos moradores do Sudeste e Sul.


Tentam diminuir os nordestinos expondo-os, preconceituosamente, como “tabaréus”, “bichos do mato”, “seres imprestáveis”, uma espécie de peso que sobrevive às custas dos sulistas e do Sudeste. Isso é uma mentira, coisa de pessoas com mentes doentias e que desejam impor suas vontades à nós.


Mas o Nordeste não se curvará diante dos preconceitos e debilidades mentais de segmentos de brasileiros que não reconhecem os verdadeiros brasileiros.
A região Nordeste foi o berço da colonização portuguesa no país, de 1500 até 1532, devido ao descobrimento por Pedro Álvares Cabral e a posterior colonização exploratória, que consistia na extração de pau-brasil, cuja tinta da madeira era utilizada para tingir as roupas da nobreza europeia.


Com a criação das capitanias hereditárias, foi fundada a Vila de Olinda e, anos mais tarde, deu-se o início da construção da primeira capital do Brasil, Salvador, em 1549. Desde o início, foi criado o governo-geral no país com a posse de Tomé de Sousa.


A região, todo e qualquer cidadão que estudou História do Brasil sabe, foi também o centro financeiro do país até meados do século XVIII, uma vez que a Capitania de Pernambuco foi o principal centro produtivo da colônia e a cidade do Recife, ainda hoje capital do Estado, a de maior importância econômica.


Com exatos 56,72 milhões de habitantes (estimativa 2018 – IBGE) e uma população por estados assim distribuída, Bahia (14,81 milhões); Pernambuco (9,49 milhões); Ceará (9,07 milhões); Sergipe (2,27 milhões); Alagoas (3,32 milhões); Paraíba (3,99 milhões); Rio Grande do Norte (3,48 milhões); Piauí (3,26 milhões); e Maranhão (7,03 milhões), o Nordeste é a principal matriz cultural da brasilidade, é uma região produtiva, rica em minerais, inclusive em petróleo, tem as mais belas praias do Brasil, um povo trabalhador, bom e hospitaleiro e não merece ser alvo dessas discriminações de idiotas exibicionistas.


Parodiando Euclides da Cunha, que diz em “Os sertões” que “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”, afirmamos que “o nordestino é, antes de tudo, um forte”. Resistirá.