05/11/2018 as 07:42

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EDITORIAL: Trânsito vira palco de guerra

A tragédia do dia a dia no trânsito poderia ser evitada com melhor formação do condutor e um cidadão mais consciente de seu papel.

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Até dezembro, morrerão cerca de 80 mil pessoas no Brasil, vítimas da violência no trânsito. A projeção está baseada no fato de que, nos primeiros meses do ano, os acidentes de trânsito já provocaram 19.398 mil mortes e 20 mil casos de invalidez permanente. Os números são estarrecedores e não param de crescer.


Só a imprudência no trânsito mata mais de 45 mil pessoas por ano no Brasil e deixa aproximadamente 600 mil com sequelas permanentes, conforme o Ministério da Saúde. Isso significa que o país registra uma infeliz média de 123 mortes por dia – é como se a cada 24 horas caíssem quase dois aviões semelhantes ao que levava a delegação da Chapecoense.


Pode parecer exagero, mas o trânsito mata mais que doenças como Aids, gripe e dengue juntas. O que mais chama a atenção é que muitas das mortes poderiam ser evitadas.


Se as mortes no trânsito poderiam ser evitadas, por que todos os dias morrem mais de cem pessoas vítimas dessa violência? Por que os motoristas não conseguem adotar os cuidados necessários para fugir dessa estatística. As campanhas mostram que ser imprudente, como o uso de celular enquanto dirige, podem resultar em mortes ou sequelas graves.


A tragédia do dia a dia no trânsito poderia ser evitada com melhor formação do condutor e um cidadão mais consciente de seu papel. A violência no trânsito deixa um profundo impacto social e econômico.


O custo da imprudência nas ruas e estradas chama ainda mais a atenção. O gasto com auxílios-doença, aposentadorias por invalidez e pensões por morte contabilizaram mais de R$ 25 bilhões no período entre 2003 a 2012 no Brasil, de acordo com a Previdência Social.


Cada motorista precisa fazer sua parte. Um comportamento mais adequado nesse cenário não só significa respeito ao próximo, mas também compromisso como cidadão de colaborar para o crescimento econômico e social do país. O poder público gasta fortunas mensais para indenizar acidentados e cuidar de sobreviventes nos hospitais.


A educação de cada motorista é essencial para virar esse jogo e acabar com essa verdadeira guerra travada no trânsito brasileiro. Chega de mortes!