04/01/2019 as 08:12

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EDITORIAL: Um País de doentes

Os pobres brasileiros são jogados no destrato. Os hospitais e clínicas públicas funcionam precariamente

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O caos na saúde e a insegurança pública parece estar bem visível, são os maiores problemas existentes no Brasil. Os problemas desses dois segmentos administrativos estão em todos os 27 Estados em situação de descontrole total. Há promessas de solução para essas situações desde a década de 1980 e de lá para cá o quadro vem se agravando cada vez mais.


Para amenizar o problema da segurança, o governo liberou o uso de tropas federais para algumas unidades do país, inclusive Sergipe, e os resultados não permitem ainda cantar vitória. Exemplo que vem sendo muito citado é o Rio de Janeiro, onde houve intervenção e uso de tropas do Exército e o quadro de extrema violência insiste em se manter.


Em se tratando da saúde pública, os pobres brasileiros são jogados no destrato. Os hospitais e clínicas públicas funcionam precariamente. Faltam-lhes medicamentos e profissionais para garantir o funcionamento e o atendimento diário dos milhões de brasileiros doentes que tentam em longas filas conseguir algum tipo de assistência.


Nas capitais os problemas de insegurança e da precariedade do sistema de saúde são mais visíveis. Ladrões roubam de simples celulares a dinheiro, além de arrombarem residências, bancos e carros diariamente, sem que sejam presos. Nos hospitais o povo é jogado no chão sujo ou em macas quebradas em corredores à espera de um médico para lhe atender.


Se os governos estaduais, através de suas polícias, e o federal (PF, PRF, tropas federais e o que mais for possível) somarem esforços para ações frequentes de combate à violência certamente poderão reverter esse quadro de roubos e de matança do dia a dia do país. O mesmo pode ser feito com a saúde.


O brasileiro está cansado da vida de medo que leva e das filas para conseguir uma consulta médica. Mas o quadro se agrava mais ainda quando é obrigado a pagar caro por medicamentos.


Aliás, neste quadro de crise em que vivemos, com o povo sendo alvo da violência marginal e com sérios problemas de saúde, o segmento da economia que mais cresce parece ser o de produção e venda de medicamentos (são dezenas numa cidade como Aracaju), afinal somos um país de doentes.