22/05/2019 as 08:14

ARTIGOS

EDITORIAL: Diálogo ou cargos?

A reforma vai promover a retomada da confiança e estimular a atividade econômica, além de um potencial de redução dos juros e da inflação.

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A queixa dos deputados federais com o Planalto, especialmente os membros do Centrão, soa como falsa, sem argumentos. O papel histórico do Centrão na política nacional sempre foi o de arguir em proveito próprio. Nas discussões em torno da reforma da Previdência o grupo dá explicações, cobra diálogo, mas no fundo quer cargos. Sempre foi assim.


O país precisa da reforma da Previdência para seguir adiante e evitar o caos mais na frente. No início desta semana o presidente Jair Bolsonaro disse que falta dinheiro no Governo Federal e que se a reforma da Previdência não for aprovada em no máximo cinco anos não haverá recursos para pagamento de servidores na ativa.


Bolsonaro deixou claro que está de mãos atadas, sem recursos, e precisa da reforma da Previdência. “Ela é salgada para alguns? Pode até ser, mas estamos combatendo privilégios. Não dá para continuar mais o Brasil com essa tremenda carga nas suas costas. Se não fizermos isso, 2022, 2023, no máximo em 2024, vai faltar dinheiro para pagar quem está na ativa”, alertou o presidente, refém de um Congresso que parece pensar no próprio umbigo.


Esse raciocínio não é apenas do Planalto. A economia precisa da reforma. A Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) divulgou uma projeção em que prevê que R$ 1,4 trilhão em investimentos poderão ser materializados caso a reforma da Previdência seja aprovada no Congresso Nacional.

Segundo a Firjan, R$ 655 bilhões em investimentos públicos e R$ 729 bilhões em investimentos privados poderiam ocorrer com a mudança na situação das contas públicas e da confiança do setor privado.


O presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, disse que, além da melhora do déficit público, a reforma vai promover a retomada da confiança e estimular a atividade econômica, além de um potencial de redução dos juros e da inflação. Eduardo Eugênio afirma que o Brasil define, pelos próximos dois ou três meses, seu destino nas próximas duas ou três décadas.


O governo está trabalhando para desburocratizar e melhorar o ambiente de negócios no país, para que os empresários brasileiros alcancem o sucesso e consigam gerar mais emprego e renda para a população. Bolsonaro lembrou aos industriais que o primeiro trabalho que quer fazer é não atrapalhá-los, “o que já estaria de bom tamanho, tendo em vista [a burocracia] que os senhores têm que enfrentar no dia a dia”, disse. Um exemplo de projeto para facilitar a vida dos brasileiros é a medida provisória da liberdade econômica.


Sem a reforma da Previdência, o país fica nessa angustiante espera. Que o Congresso defina de uma vez por todas o destino da reforma.