A reforma meia-boca

A reforma da Previdência flopou? Flopar, como se diz nas redes sociais, é sinônimo de uma ação fracassada. Escrevo isso pois a intenção inicial do Ministro da Economia, Paulo Guedes, era que o Estado brasileiro economizaria 1,3 trilhão de reais em dez anos após implementadas as novas medidas. Mas após tramitar em primeiro turno na Câmara dos Deputados, o valor economizado baixou para aproximadamente 930 bilhões de reais.

Uma queda e tanto para os cofres públicos.

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência ainda passará por um segundo turno de votação entre os deputados e voltará para outro pleito entre os senadores. Mas, parece, que as discussões mais polêmicas já foram sanadas durante as últimas semanas. Questões como a não inclusão dos estados e municípios, a idade para os professores se aposentarem ou ainda as regras especiais para as forças policiais já foram bastante debatidas.

O governo Bolsonaro colocou a reforma da Previdência como primordial para o crescimento do país. É colocada pela atual equipe econômica como a única solução para o país não quebrar economicamente. Essa queda no valor economizado, já fez aparecer rusgas entre o ministro Paulo Guedes e o legislativo, especialmente, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Mais de uma vez, membros do estafe presidencial tiveram que apaziguar os ânimos.

A percepção que se tem é que o governo conseguiu uma vitória grandiosa com uma expressiva votação no primeiro turno da Câmara mas, uma derrota nos resultados práticos da reforma. Quase 400 bilhões de reais a menos é um baque e tanto nas contas públicas. Não era bem isso que Paulo Guedes pensava quando pegou esse bonde chamado Brasil. A solução? Uma PEC paralela que incluiria os Estados e municípios nesse aperfeiçoamento do sistema previdenciário e economizaria por si só 350 bilhões de reais entre 2020 e 2029. Mas isso é uma outra história e promete embates ainda mais complicados.

Antonio Oviêdo/Jornalista especializado em Assessoria de Comunicação