23/10/2025 as 08:28

OPINIÃO

O valor da informação que chega e permanece

Vivemos tempos em que a informação se tornou abundante e, paradoxalmente, mais difícil de ser assimilada.

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

 

Martha Mendonça é secretária-executiva de Estado da Comunicação de Sergipe

Vivemos tempos em que a informação se tornou abundante e, paradoxalmente, mais difícil de ser assimilada. A cada segundo, somos impactados por centenas de conteúdos, manchetes e opiniões que disputam nossa atenção em uma verdadeira guerra de cliques. Esse excesso, conhecido como infotoxicação, nos faz consumir muito, mas reter pouco.

Foi diante desse cenário que nós, da Secretaria de Estado da Comunicação de Sergipe (Secom/SE), decidimos lançar um novo veículo: um jornal impresso, leve e didático, que tem como missão aproximar o Governo das pessoas e garantir que as ações públicas cheguem, de fato, à ponta. 

Nosso ponto de partida foi uma pesquisa recente que revelou um dado importante: embora o Governo de Sergipe realize uma série de obras, programas e iniciativas de impacto, parte significativa da população não estava tendo acesso a essas informações de maneira clara e contínua. As redes sociais e os canais digitais cumprem seu papel, mas o excesso de estímulos e a lógica acelerada da internet acabam fazendo com que muitas boas notícias passem despercebidas.

O jornalzinho, como chamamos carinhosamente, nasce justamente como uma resposta a isso. Ele é uma ferramenta de prestação de contas, mas também de diálogo; um meio de mostrar, com transparência e proximidade, o que o governo faz com os recursos públicos, como cada investimento retorna em forma de melhorias para a vida das pessoas.

Por ser impresso, o jornal cumpre um papel que o digital, por mais eficiente que seja, não consegue substituir completamente. Ele circula de mão em mão, alcança comunidades que ainda não têm familiaridade com as redes sociais e se torna um documento informacional duradouro, especialmente nas regiões mais afastadas da capital. Em muitos lares, ele é lido, guardado e compartilhado, transformando-se num elo de confiança entre o cidadão e o poder público.

A iniciativa, que chega agora à sua terceira edição, é fruto de uma parceria com a Imprensa Oficial do Estado de Sergipe (Iose) e reforça a visão do secretário da Comunicação Cleon Nascimento e, sobretudo, do governador Fábio Mitidieri, de que a comunicação pública deve ser inclusiva, transparente e inovadora. Inovadora, inclusive, por resgatar o valor do simples. Em meio a algoritmos e telas, o papel recupera o tempo da leitura com calma, da informação que se entende, que se comenta, que permanece. 

Mas há também um significado simbólico importante nesse movimento de protagonismo do meio impresso: ele é, de certa forma, um gesto de valorização da própria categoria dos jornalistas. Profissionais que, em tempos de desinformação e fake news, têm sido desafiados diariamente por um ambiente em que qualquer pessoa se sente autorizada a publicar o que quer, sem compromisso com a apuração ou com a verdade. Valorizar o jornalismo é, portanto, reafirmar o direito à informação correta, checada e contextualizada, base essencial de uma democracia saudável.

Mais do que um produto editorial, o jornal é uma ação de Governo. Ele reflete uma política de comunicação que acredita que informar é, também, cuidar, é fortalecer a confiança entre Estado e sociedade. E, acima de tudo, é lembrar que comunicar bem é fazer o cidadão sentir-se parte do que é construído.

Em tempos de excesso, nosso compromisso é com o essencial: fazer a informação chegar. E permanecer.