16/05/2018 as 09:21

MTST aguarda reunião com governador

Terreno do Governo foi ocupado há cerca de seis meses no Japãozinho. Ocupantes cobram celeridade para soluções

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Por Diego Rios

Após a ocupação de terreno no Bairro Coroa do Meio e sua posterior reintegração feita pela Prefeitura de Aracaju com o aparato de diversos órgãos públicos, ocupantes de outro espaço, localizado na zona norte da capital, cobram do governador uma solução para o problema.

A Ocupação Beatriz Nascimento está fincada na Avenida Euclides Figueiredo, entre os bairros Japãozinho e Coqueiral, mais precisamente nas proximidades do local conhecido como “Boca da Mata”. Ela abriga, atualmente, segundo os líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), cerca de 1.400 famílias.

                                     

Entre elas, num barraco improvisado feito com sobras de madeira e coberto com lona, está a família de Melissa Pereira. Ela vive com o marido e três filhos pequenos em dois compartimentos mal divididos, mas com a esperança de um dia realizar o sonho de morar numa casa que possa chamar de sua.


“Moro num quarto e sala e quando quero fazer minhas necessidades vou no banheiro coletivo, bem como a cozinha que todo mundo usa. Eu morava na Ponta da Asa, mas as condições estavam muito difíceis e eu decidi vir para cá. Aqui é tudo tranquilo, só no tempo de chuva que o frio aperta”, afirma Melissa.

Com as chuvas recentes, o local está quase que intransitável e cercado de lama por todos os lados, além de ratos e mosquitos que colocam em risco a vida dos ocupantes da Beatriz Nascimento.


Segundo Vinícius Oliveira, um dos líderes do movimento, apesar do governador Belivaldo Chagas ter cumprido a promessa de não realizar a reintegração de posse do local, a solução precisa ter mais celeridade. Belivaldo ficou de receber mais uma vez os representantes da ocupação, mas até o momento o encontro não aconteceu.

“Ele se comprometeu em não fazer a reintegração de posse e cumpriu com a palavra, mas ele ficou de fazer outra reunião com a gente nesse período de transição com prazo até abril e já estamos chegando em maio e até agora nada”, disse Vinícius.
Ainda de acordo com o líder, as famílias têm pressa em deixar o local e conseguir uma habitação digna para morar. “Estamos resistindo, nessa chuva ninguém aguarda, resiste”, afirma.


Segundo a assessoria da Secretaria de Estado da Mulher, Inclusão, Assistência Social, do Trabalho e dos Direitos Humanos (Seidh), ainda não existe um cadastro dos integrantes da Ocupação Beatriz Nascimento para recebimento do aluguel social até que uma solução definitiva seja tomada.
Atualmente, a Seidh atende famílias em situação de risco e vulnerabilidade social através do Programa Aluguel Social, que estejam abrigadas sob a responsabilidade do Estado e cadastradas em programas ou projetos habitacionais.


Existem hoje cerca de 380 famílias beneficiadas com o aluguel social, recebendo a quantia mensal de R$ 300, totalizando um investimento anual de aproximadamente R$ 1,5 milhão.


Já o cadastro para recebimento de moradia é realizado junto à Secretaria de Estado da Infraestrutura e do Desenvolvimento Urbano (Seinfra), que só deve dar andamento ao processo após a nova reunião dos líderes com o governador.

Ocupação da Coroa do Meio
Com relação às pessoas que estavam no terreno no Bairro Coroa do Meio, na ocupação denominada “Marielle e Anderson Vivem”, elas foram conduzidas a um galpão no Bairro Siqueira Campos e devem aguardar uma reunião que irá acontecer no próximo dia 23 entre a Prefeitura de Aracaju e os representantes do movimento para que os encaminhamentos sejam traçados.

De acordo com a assessoria da Secretaria Municipal de Assistência Social, a Prefeitura cadastrou 528 pessoas que estavam presentes no galpão no último sábado. Apesar disso, os líderes da ocupação afirmam que o número é superior ao contabilizado.


“É preciso, agora, que haja um cruzamento de dados com a listagem do movimento, que ainda não entregou o documento, para que sejam identificados os possíveis casos de pessoas estranhas ao movimento, mas que adentraram no galpão se identificando como ocupante da Coroa do Meio”, disse a assessoria.