16/08/2018 as 09:58

Justiça

CRP ressalta a importância de teste psicológico para PM

Policial acusado de ter matado pedinte teria entrado na PM por liminar.

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CRP ressalta a importância de teste psicológico para PMFoto: MPE

Na última semana a Justiça decretou a prisão preventiva do policial Bruno Lima Nogueira, acusado de assassinar um pedinte conhecido por Alex no dia 13 de dezembro de 2017 em um supermercado, localizado num posto de combustível, no bairro 13 de Julho, em Aracaju. O mandato de prisão foi cumprido no dia 10 de agosto, quando Bruno foi preso e encaminhado ao Presídio Militar. Segundo informações, o policial havia sido reprovado no exame psicológico da Polícia Militar, mas, ainda assim conseguiu ingressar no quadro com liminar deferida pela justiça.


O crime cometido pelo acusado foi considerado pela justiça como conduta delitiva de homicídio qualificado, crime doloso, punível com pena privativa de liberdade superior a quatro anos. “Verifico que a prisão cautelar do representado se faz necessária para garantir a ordem pública, em razão da gravidade do crime praticado, de forma violenta e aparentemente gratuita, com inegável abuso de autoridade”, diz a juíza em decisão.


De acordo com o Conselho Regional de Psicologia (CRP) em Sergipe, a avaliação psicológica é uma das contribuições de profissão para os mais diversos contextos, inclusive no concurso público. “Um processo de avaliação psicológica bem-0feito pode ajudar a filtrar ou delinear os candidatos certos para as demandas que a empresa busca. A psicologia vem se comprometendo cada vez mais com demandas da sociedade. Nosso objeto de estudo é o comportamento humano e os entrelaçamentos destes com a sociedade”, reforça o presidente do Conselho, Frederico Alves.


Segundo o presidente, quando se trata da área de segurança pública o cuidado se torna ainda maior no tratamento psicológico sobre a questão. “Podemos usar como exemplo um concurso para a área de segurança onde o perfil ideal para um cargo seja controle de impulsividade e tomada de decisão sob pressão ou forte stress, é óbvio que não há coerência em contratar alguém que não consegue dar conta dessas dinâmicas no exercício da função”, ressalta.


Com isso, os candidatos a cargos de segurança devem ser avaliados por profissionais responsáveis e competentes para fazer o processo e diminuir ao máximo a probabilidade de uma pessoa inadequada para determinada função, de acordo com as explicações do presidente do CRP.


No caso do policial militar Bruno Lima, o assessor de comunicação da PM, major Machado, conta que o acusado foi reprovado no teste psicológico quando fez o concurso, no entanto, entrou com processo na justiça e conseguiu parecer favorável para ingressar no quadro da PM. Bruno Lima era recém-formado. A pedido do Ministério Público Estadual, o policial acusado teve mandado de prisão preventiva expedido pela justiça.

Laís de Melo/Equipe JC