17/10/2018 as 08:18

Insegurança

Servidores são ameaçados por paciente ex-presidiário

Insegurança faz profissionais trabalharem trancados com cadeado.

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Servidores são ameaçados por paciente ex-presidiárioFoto: André Moreira/Equipe JC

Servidores da Unidade de Saúde Josafá Mota de Souza, ou “Mutirão do João Alves”, como é mais conhecida, localizada no Município de Nossa Senhora do Socorro, foram ameaçados na tarde de segunda-feira, 15, por um paciente. O homem, que se dizia ex-presidiário, não conseguiu realizar um exame médico e por isso ameaçou retornar armado para matar os servidores. Assustados, os trabalhadores da unidade chamaram a polícia e saíram escoltados por volta das 15h. Na manhã de terça-feira, 16, os servidores retornaram ao trabalho, no entanto mantiveram o portão fechado até que a Guarda Municipal chegasse.


De acordo com informações de uma trabalhadora, que pediu para não ser identificada nesta matéria, diariamente os profissionais trabalham trancados com cadeado e só permitindo a entrada de pacientes agendados. Os demais são atendidos pela parte de fora da grade. Ela explica que o medo se dá pela falta de vigilante ou guarda armado para tomar conta da unidade.


“Nós trabalhamos numa área de risco, onde tem muita violência. Tem de tudo aqui. E não tem vigilante na unidade. Toda a equipe fica trancada”, disse a mulher.
A unidade está temporariamente instalada na sede de uma escola pública, pois o posto de saúde está em reforma. Ainda segundo a servidora, já aconteceram arrombamentos e assaltos no local. “O homem ontem falou que ia voltar para matar todo mundo. Ele queria que a gente fizesse um exame nele lá dentro, mas não fazemos o tipo de exame. Então ele se aborreceu e disse que ia matar todo mundo. Nós passamos isso para o secretário da Saúde, mas ele desdenhou. Disse que não ia acontecer nada porque era ‘somente’ uma ameaça”, conta.


A moça conta que o acusado usou a expressão que “voltaria armado e derrubaria uns quatro”. Além disso, ele também falou que no período da tarde só tem mulher e dizia saber o horário de chegada das servidoras. “Realmente só tem mulher à tarde. Os agentes comunitários ficam na rua. Na sede ficam duas médicas, duas enfermeiras, duas auxiliares de enfermagem e duas na recepção”, disse, assustada.


Insatisfeitos com o posicionamento do secretário de Saúde do município, os servidores decidiram suspender o atendimento até que um vigilante seja enviado para a unidade. “Ninguém vai ser atendido. E essa é a nossa forma de protestar para que o prefeito coloque um guarda armado. Nós vamos cumprir o horário, mas não vamos atender ninguém. Em detrimento da violência que está acontecendo, gente humilde será penalizada”, reitera a funcionária. Os servidores também denunciaram o caso no Ministério Público.


A Prefeitura de Nossa Senhora do Socorro se manifestou por meio de nota enviada Secretaria de Comunicação, dizendo estar ciente do caso e já ter tomado providências para solucionar o problema, ofertando mais segurança aos servidores lotados na Unidade de Saúde.


“A fim de garantir a seguridade de todos, a SMS e a Guarda Municipal (GM) criaram um plano de ação, onde equipes regulares da GM intensificaram as rondas no local, bem como um ponto base (PB) da corporação foi montado no local, a fim de proporcionar uma maior sensação de segurança aos cidadãos e servidores”, informa.

Por Laís de Melo/Equipe JC