90 inquéritos foram instaurados em 2018

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“Ele puxou a minha filha pelo braço, ela é pequenininha, e tascou um beijo na boca dela. Em seguida, imobilizou e segurou por trás, esfregando as partes genitais nela. Ela se desesperou, pegou a bicicleta e correu para casa. Quando chegou, só chorava e eu chorava junto”.

O depoimento acima é de uma mãe que ouviu o relato da filha molestada pelo próprio professor dentro da escola. Segundo ela, alguém de extrema confiança da família e principalmente da garota, que tem apenas nove anos de idade.

E a mãe vai mais além: “Procurei saber, e outros coleguinhas da minha filha também foram abusados da mesma forma, incluindo meninos”.

O caso é mais um entre os 90 inquéritos policiais instaurados, de janeiro até novembro deste ano, pela Delegacia Especial de Atendimento à Criança e Adolescente Vítima (Deacav), núcleo do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV).

E os detalhes desta ocorrência corroboram com as informações passadas pela delegada do Deacav, Annecley Figueiredo. Segundo ela, a relação entre a vítima e o autor geralmente é muito próxima.

“Na maioria dos casos de abuso sexual infantil, o abusador é alguém que a criança conhece, convive e confia. Muitas vezes, ele é até um membro da família e dispõe de um certo poder sob a vítima. É importante está atento aos sinais que a criança abusada transmite, buscando sempre conversar com a criança e buscar algum tipo de ajuda”, explica a delegada.

No último dia 31 de outubro, a polícia sergipana prendeu dois acusados por estupro de vulnerável. No primeiro caso, uma criança de oito anos foi vítima de abuso sexual com a prática de atos libidinosos da conjunção carnal.

Já no segundo caso, um adolescente de 13 anos foi vítima de estupro, por diversas vezes, além de ser agredido e ficar com lesões em várias partes do corpo.

Em ambos os casos, os autores foram identificados e presos. Sendo no primeiro, com sentença definitiva de nove anos e nove meses de reclusão. O autor do crime contra o garoto de 13 anos foi condenado a 12 anos e três meses de reclusão.

De janeiro a outubro deste ano, o Deacav já cumpriu 36 mandados de prisão relacionados ao crime de estupro de vulnerável. Segundo a delegada Annecley, são vários tipos penais que envolvem o abuso. Porém, o mais comum é o estupro, que possui pena de oito a 15 anos de reclusão.

Ela reafirma a importância em fazer a denúncia, e ressalta que qualquer pessoa pode denunciar crimes que envolvem crianças e adolescentes.

“Qualquer pessoa pode e deve denunciar o abuso infantil, procurando a Delegacia mais próxima ou o próprio DAGV, pode procurar o Conselho Tutelar ou através do Disque Denúncia 181 ou o Disque 100”, enfatiza Annecley Figueiredo.