17/01/2019 as 10:03

Fala Povo

Armas: população não concorda com a posse

Em conversa com a população aracajuana foi possível perceber que a maior parte é contrária à decisão do governo.

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O presidente Jair Bolsonaro assinou nesta terça-feira, 15, o decreto com alterações que facilitam a posse de arma de fogo. As discussões sobre o assunto acontecem desde o período de campanha eleitoral. Em conversa com a população aracajuana foi possível perceber que a maior parte é contrária à decisão do governo.


Motorista, 52 anos de idade, o senhor Gildo Nascimento não defende a posse de arma. Ele acredita que a posse poderá gerar, “por trás dos panos”, o porte. “Eu trabalho como motorista à noite. É um horário bastante perigoso. Tendo arma em casa, posso colocar no carro e ninguém vai saber. E é nessas horas que as coisas acontecem, até porque todos têm instinto de defesa”, comparou o cidadão.

Dessa forma, Gildo acredita que o efeito será inverso, e a violência poderá aumentar. Da mesma forma pensa a funcionária pública, Maria da Gloria Barros, ao falar sobre o medo que sente da posse de arma.

                                                           

“Eu sou contra porque eu tenho muito medo. Acho que a violência vai ficar mais latente. Eu acho que a segurança pública é que tem que cuidar, e não nós, nem a população. Não é armando a população que vai acabar com a violência. Educação e Saúde é que é mais importante. Tenho medo pelas crianças, que terão dentro de casa, pais armados. E se de repente você compra uma arma e tem o direito de ter em casa, e alguém entra e rouba? Já é uma arma a mais na rua para roubos e violência. E em briga de marido e mulher? Com a arma de fogo pode ser pior. Tem várias maneiras de resolver, com políticas públicas, sem ser necessário posse de armas”, opina a trabalhadora.

                                                          

O trabalhador autônomo Elias Manoel também discorda do decreto. Para ele, a solução para a violência não está em armar as pessoas “do bem”, e sim, tirar os criminosos das ruas. “Não concordo em armar a população. Tem é que fazer cumprir as leis, desarmar os criminosos. É preciso ter uma mudança nas leis”, acredita.

                                                                  

Já para o motoboy Geraldo Santos, são justamente as leis que enfraquecem à segurança pública, e por isso, na opinião dele, se faz necessário ter uma arma de fogo dentro da própria casa. “Nós precisamos ter armas em casa para nos protegermos da marginalidade, da invasão de propriedade do nosso bem-querer, em defesa da nossa família. Eu sou a favor da posse, e não do porte. Apesar da polícia, tanto militar como civil, serem bastante atuantes em Sergipe, as leis são flexíveis demais. Eles prendem, e a justiça solta. Então os marginais ficam livres e nós desprotegidos. A polícia é muito atuante, mas, não é suficiente para combater”, disse.