22/05/2019 as 10:19

Dificuldades

Para Abrasel, restaurantes de Aracaju estão em crise

Com o período junino, proprietários esperam melhora no setor

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Para Abrasel, restaurantes de Aracaju estão em criseFoto: Jadilson Simões/Equipe JC

A situação econômica e financeira dos bares e restaurantes de Aracaju tem ficado a cada ano pior. Conforme a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Sergipe (Abrasel), muitos estabelecimentos estão com a porta da frente aberta, no entanto, diante das dificuldades e o fraco movimento, estão praticamente fechados.


Segundo o vice-presidente da Abrasel, José Hamilton Santana, que também é dono de um restaurante localizado na Passarela do Caranguejo, em 20 anos trabalhando no setor, essa tem sido a fase mais difícil.


“Faz dois anos que os bares e restaurantes de Aracaju entraram na crise e a situação só piora. Muitos bares grandes fechando. Aracaju é uma capital que tem poucas indústrias, e 70% da população ou é funcionário da Petrobras, ou do Governo e da Prefeitura. O governo atrasando salário, da Petrobras muitas empresas foram embora. Nós estamos vivendo do pouquíssimo turismo que Aracaju tem”, lamenta o empresário.


Hamilton conta que possui 86 funcionários trabalhando no seu restaurante atualmente, quando ano passado eram 106. “Não corto mais porque não tenho dinheiro para indenizar. Já está ruim a situação, se perder funcionário a qualidade de serviço piora. É pedir sabedoria a Deus. Os que estão abertos é por ordem de fé em Deus. A situação é complicadíssima. A gente esperava algumas medidas rápidas do governo, mas, até agora não saíram”, disse.


Ainda conforme Hamilton, o que mais pesa são as cargas tributárias. “Só de folha de pagamento do meu restaurante eu tenho R$ 60 mil de carga tributária. Numa crise dessa, tem gente que não consegue pagar. Será que é má gestão do empresário, ou o estado malvado com os pequenos empresários? Eu dou emprego a cerca de 200 músicos que tocam na minha casa por mês. Dou emprego à mulher que quebra o caranguejo, a que descasca o camarão, mas, não temos incentivo nenhum. Não tem nada que nos ajude”, reitera.


Com a chegada do período junino, alguns estabelecimentos esperam por uma melhora, no entanto, para Hamilton, com a divulgação tardia da programação dos festejos, o movimento não deverá crescer tanto esse ano. “O movimento está diminuindo absurdamente. Ficam esperando os feriados prolongados e festejos juninos que só divulgam a programação faltando 15 dias. Tem que ser divulgado antecipadamente para o turista se preparar. Sem contar que temos uma rede aérea que é uma das mais caras do Brasil. O turista não vem para Aracaju”, disse, sem muitas esperanças.