23/05/2019 as 08:12

Descoberta/campo marítimo

SE é grande potencial para exploração de gás natural

Acumulado descoberto chega a 24,4 bilhões de metros cúbicos.

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SE é grande potencial para exploração de gás naturalFoto: André Moreira/Equipe JC

Uma nova descoberta da Petrobras nas águas profundas da bacia de Sergipe revela que o Estado possui potencial para exploração de gás natural. O acumulado descoberto varia entre 5,8 a 24,4 bilhões de metros cúbicos, quantidade significativa para tornar Sergipe um dos principais polos de exploração, produção e exportação de gás natural, além do grande potencial para abastecer boa parte do mercado brasileiro.


Atualmente, a produção de gás em terra em Sergipe é declinante, conforme o assessor de Políticas de Desenvolvimento do Governo do Estado, Oliveira Júnior. O gás produzido em Sergipe não significa nem metade do que seria necessário para abastecer, por exemplo, a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen). No entanto, com a nova descoberta da Petrobras no campo marítimo denominado Poço Verde as reservas possuem escalas muito maiores, demonstrando grande riqueza de gás no subsolo sergipano a ser explorado futuramente.


“Estamos falando de no futuro ter gás para abastecer muito mais do que uma fábrica na proporção da Fafen. E esse futuro não está tão longe, porque as descobertas da Petrobras estão em fase final do chamado teste de longa duração, que é a última fase da comprovação do potencial das reservas”, ressalta Oliveira.


Além de se despontar como produtor significativo, Sergipe, por estar mais próximo da costa, poderá garantir ainda uma exploração mais econômica e com investimentos menores, segundo explica o especialista.


“Por conta dessa riqueza em gás que o subsolo de Sergipe tem, nós achamos que vai ser extremamente importante consumi-lo no processo industrial aqui em Sergipe. É muito melhor utilizar o gás como indústria baseada em gás do que simplesmente exportar essa matéria-prima. Portanto, devemos levar para as fábricas daqui”, acrescenta Oliveira.


Os estudos e investimentos no campo marítimo sergipano estão sendo realizados pela Petrobras, por associação de empresas indianas de exploração de petróleo, e novos blocos tiveram o anúncio de exploração pela Exon Murphyl Bil, uma das maiores do mundo na exploração de petróleo. Além disso, existem outros blocos marítimos que estão à venda pela Agência Nacional do Petróleo.


“O que podemos falar com certeza é que os investimentos serão significativos na exploração do óleo e gás de Sergipe nos próximos anos. Uma parte desses investimentos, já anunciada pela Petrobras, é a construção de um novo gasoduto, que traz parte do gás do oceano para ser tratado em terra em Sergipe. Já foi anunciado e vai agora iniciar a fase de licenciamento ambiental. No entanto, os prazos de maturação dessa construção são de três a dez anos”, revela Oliveira.


Sergipe dispõe atualmente do gás em forma líquida, por conta da base no navio Floating Storage Regasification Unit (FSRU). “É o que já tem hoje disponível em forma líquida de gás. A principal utilização desse gás vai ser gerar energia na Termoelétrica Porto de Sergipe, mas se espera que parte dele possa ser destinado para outros usos”, explica o especialista.


Espera-se ainda que o gás natural sofra alterações e redução de preço e na carga tributária muito em breve em Sergipe. O JORNAL DA CIDADE teve informações de que o Governo do Estado de Sergipe tem intensificado os estudos para reduzir o ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal) do gás no Estado.


“O gás deverá passar por uma reformulação institucional bastante significativa este ano. Isso está sendo anunciado pelo próprio Governo Federal, que pretende instituir um processo de desregulamentação de saída da Petrobras como monopolista e abertura do mercado. Sem dúvida, nessas mudanças que estão sendo planejadas e estão sob inciativa do Governo Federal espera-se que haja mudança na tributação. A posição que o Governo de Sergipe vai tomar com relação a ICMS é uma política formulada pela Secretaria da Fazenda. Mas a expectativa é que nos próximos anos seja um mercado com perspectiva bastante diferente de crescimento, com preço menor e carga tributária menor”, confirma Oliveira Júnior.

Por Laís de Melo/Equipe JC