19/07/2019 as 08:25

Tráfico

Mais de 160 mulheres são flagradas

O maior número de registros este ano aconteceu no Compecan

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Mais de 160 mulheres são flagradasFoto: Jadilson Simões/Equipe JC

De janeiro de 2018 até abril desse ano, 386 mulheres foram flagradas no sistema Body Scan, o equipamento de inspeção corporal utilizado para detectar o que uma pessoa carrega tanto fora do corpo, dentro das roupas, como dentro dele, em partes íntimas, por exemplo. Somente nos primeiros quatro meses de 2019 foram 165 mulheres flagradas tentando entrar com drogas ou objetos proibidos nos presídios de Sergipe.


O maior número de registros esse ano aconteceu no Complexo Penitenciário Dr. Manoel Carvalho Neto (Compecan), presídio localizado no município de São Cristóvão, com 114 mulheres flagradas apenas no primeiro quadrimestre de 2019, enquanto durante todo o ano de 2018 o número chegou a 125 flagrantes.


Contudo, apesar dos flagrantes, o número de mulheres reclusas em presídio feminino por cometer crime de tráfico de drogas dentro de penitenciária ou por tentar entrar com objetos ilícitos em unidades prisionais não é o mesmo. De acordo com a diretora do Presídio Feminino de Sergipe (Prefem), localizado no povoado Taboca, em Nossa Senhora do Socorro, um total de 28 mulheres se encontram presas por este tipo de crime atualmente.


Das 15 mulheres presas no mês de janeiro, quatro foram encaminhadas após tentarem entrar com material ilícito em alguma unidade prisional. Em fevereiro, entre as 20 mulheres presas, 10 estavam sendo por este mesmo motivo. Em março o número foi menor, com quatro presas por tráfico ilícito de droga em presídio. Não houveram registros no mês de abril, e em junho, três mulheres foram presas por este tipo de crime.


“No contexto geral, das 386 mulheres flagradas no Body Scan, não significa que todas vão vir para o Prefem. Algumas passam por situação de liberdade provisória, ou medida cautelar, a exemplo do uso de tornozeleira eletrônica, que é uma medida diferenciada da prisão em presídio”, explica a diretora do Prefem, Andréa Andrade.


Ainda conforme a diretora, não há tráfico paralelo entre as internas do Prefem, no entanto, ano passado houve o flagrante de uma visitante. “Essa foi a única tentativa que pegamos. Esse ano graças a Deus não houve nada desse tipo”, reitera.


Para evitar o tráfico ilícito no presídio, ou demais atividades que possam colocar em risco agentes penitenciários e detentas, são realizadas revistas periódicas no Prefem. “Não temos uma sequência de datas, pois antes observamos as necessidades. Mas, as revistas podem acontecer de três em três meses. Caso haja uma necessidade de revista de prevenção, nós realizamos, como em períodos festivos. É quando avaliamos a questão tanto estrutural, como se há algum material ilícito ou objeto que possa vir a agredir presas ou agentes, algum objeto que apresente insegurança para a disciplina e ordem da cadeia”, explica a diretora.


Atualmente, o sistema prisional de Sergipe conta com cerca de 520 agentes e guardas prisionais na ativa, sendo 41 servidores no Prefem. O número não é considerado o ideal, contudo, a diretora garante que o trabalho é realizado sem muitos problemas. Ainda assim, Andrea comemora o fato de estarem chegando novos agentes com a realização do concurso.


“Graças a Deus a turma já está entrando agora, com certeza vai melhorar o trabalho. Estamos lutando nesse sentido, para conseguir melhorar. Mas, como já foi feito o concurso, essa é a tendência”, disse.

Por Laís de Melo/Equipe JC