21/08/2019 as 18:10
ESTATÍSTICASPeriferia da cidade diminui óbitos, enquanto bairros nobres elevam mancha criminal
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A Secretaria de Segurança Pública de Sergipe (SSP/SE) continua com bons motivos para comemorar os resultados obtidos na diminuição dos homicídios dolosos na capital. Dos 42 bairros que abrangem Aracaju, 28 tiveram redução no número de homicídios.
Quando se faz uma comparação com os números obtidos no mesmo período do ano passado, a redução chega a 47,7%. Estão na dianteira os bairros: Industrial, que diminuiu em 13 mortes; Porto Dantas e Santos Dumont, que reduziram 11 óbitos; Siqueira Campos, com 9 mortos a menos, e Bugio e 17 de Março, que conseguiram diminuir 7 dos homicídios ocorridos em 2018.
Fazendo uma análise rápida, fica fácil de constatar que os melhores índices estão nos bairros situados na zona mais pobre da capital. Segundo a coordenadora das Delegacias da Capital, a delegada Viviane Pessoa, esse resultado tem uma explicação.
“2016 foi um ano marcante para a Segurança Pública, pois foi ano que Sergipe alcançou a maior taxa de homicídios dolosos por 100 mil habitantes e fomos projetados como a capital com os maiores índices. O que é que esses bairros têm a ver com esse processo que a gente alcançou hoje? Naquele momento a gente começou a fazer um trabalho de análise criminal. Começou a verificar algo básico no trabalho de polícia e que antes a gente não conseguia gerar um resultado positivo, que era uma análise semanal sobre os locais com os maiores índices de violência”, explica a coordenadora.
Foi neste momento de crise que a SSP/SE passou a intensificar o trabalho nesses locais com maior incidência de homicídio. Hoje, os números demonstram que o trabalho segue uma linha considerada certeira, não fosse pelo ligeiro aumento em bairros nobres, a exemplo da Atalaia, Treze de Julho e São José.
“Então, nós atacamos regiões importantes aqui em Aracaju, como o bairro Industrial, Porto Dantas, Santos Dumont, Jardim Centenário, Lamarão, Japãozinho, bairros nas áreas periféricas onde esses grupos rivais atuavam e estouravam os números de homicídios dolosos. Com o passar do tempo, a gente percebeu que essa análise criminal semanal e a atuação da Polícia Civil através dos Departamentos de Homicídios e Narcóticos, de um trabalho de investigação qualificado, troca de informações, a gente percebeu que os alvos do DHPP e do Denarc eram os mesmos. Isso, nesses três anos trouxe um resultado muito positivo que é esse aí”, comemora Viviane Pessoa.
Confira os bairros com maior e menor incidência de homicídio doloso:
Reduziram:
Industrial (-13); Porto Dantas (-11); Santos Dumont (-11); Siqueira Campos (-9); Bugio (-7); 17 de Março (-7); América (-5); Jardim Centenário (-5); Lamarão (-5); Japãozinho (-4); Inácio Barbosa (-3); Santa Maria (-3); Cirurgia (-2); Coroa do Meio (-2); Farolândia (-2); Grageru (-2); Olaria (-2); Ponto Novo (-2); São Conrado (-2); Suissa (-2); Zona de Expansão (-2); Cidade Nova (-1); Getúlio Vargas (-1); Jabutiana (-1); Luzia (-1); Novo Paraíso (-1); Pereira Lobo (-1) e Santo Antônio (-1)
Estabilizaram:
Centro; 18 do Forte e José Conrado de Araújo
Aumentaram:
Treze de Julho; Atalaia; São José; Aeroporto; Capucho e Soledade
Por Diego Rios