23/08/2019 as 08:04

FLORESTA ARDE

Cerca de 1.200 queimadas já atingiram Sergipe em sete meses

Maior incidência de ocorrências aconteceu no mês de janeiro deste ano, com 681 queimadas.

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Cerca de 1.200 queimadas já atingiram Sergipe em sete mesesFoto: Divulgação

ra segunda-feira, três da tarde, quando a capital do Estado de São Paulo escureceu. O céu, de repente, ficou preto com a chegada de um corredor de fumaça, deixando toda a população assustada. Em poucos minutos o fenômeno se tornou notícia no país inteiro e no mundo, estando ligado, segundo especialistas meteorológicos, a uma frente fria vinda do sul do Brasil em conjunto com partículas de fumaça de vegetação seca queimada na região amazônica. Florestas e matas ardiam em chamas há duas semanas nos estados do Norte, se estendendo pelo Acre, Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, incluindo áreas da Amazônia e do Pantanal.


De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de focos de incêndio florestal aumentou 84% no período de janeiro a agosto desse ano, em relação ao mesmo período em 2018, com 75.155 ocorrências registradas. Esse foi o maior índice desde 2013, quando passaram a ser informados dados do período similar. Os estados do Mato Grosso, Amazonas, Tocantins, Rondônia e Maranhão foram os estados mais afetados, com 13.999, 7.150, 5.779, 5.604 e 4.795 queimadas, respectivamente.


Em Sergipe, conforme dados repassados pelo Corpo de Bombeiros Militar (CBM), 1.199 ocorrências de incêndios em vegetação foram registradas. A maior incidência de ocorrências aconteceu no mês de janeiro desse ano, com 681 queimadas de vegetação. A partir de fevereiro os números reduziram, passando para 227 ocorrências em fevereiro, 162 em março, 40 em abril, 59 em maio, e 30 entre junho e julho desse ano. Segundo a capitã Flávia Emanuelle, responsável pelo setor de assessoria de comunicação do CBM, as principais ocorrências são registradas no início do ano por conta do forte verão, quando o clima fica bastante quente.


“A partir de novembro, que é quando as temperaturas começam a esquentar, até o início do inverno, as ocorrências aumentam bastante. Quando chega o inverno isso reduz, porque aumenta o índice pluviométrico”, explica a capitã.


Além disso, a capitã acrescenta ainda que o maior número de incêndios acontece na vegetação, por motivos causados pela própria população. “Às vezes até mesmo o lixo deixado pelas pessoas quando vão acampar pode provocar queimada, ou até a fogueira que eles acendem e esquecem de apagar totalmente. Uma bituca de cigarro também pode causar. Então, a maioria das vezes é causado pela própria população. A gente tem que ter um cuidado maior no período de calor extremo, porque é muito fácil as chamas propagarem, pois, as plantas estão bem mais ressecadas e o solo seco”, explica.


Apesar do grande número de incêndios registrados esse ano em Sergipe, nenhum foi de grande proporção, chegando a se alastrar por mais de um dia. As chamas foram contidas dentro do mesmo dia da ocorrência, sem causar danos às comunidades circunvizinhas, segundo informações da assessoria de comunicação do Corpo de Bombeiros.


Conforme divulgou o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as queimadas são frutos de ações humanas, e também do tempo seco nas regiões, já que 80% do território brasileiro fica sem chuva nesse período de maio a junho, propiciando que o fogo se espalhe. Os efeitos são inúmeros, segundo o Inmet. Entre eles, em um contexto local, a destruição da fauna e da flora, empobrecimento do solo, redução na penetração de água no subsolo e em alguns casos, mortes, acidentes e perda de propriedades. Já no âmbito regional, causam poluição atmosférica e alteram ou destroem ecossistemas. Tudo está associado às modificações da composição química da atmosfera do planeta.