09/09/2019 as 08:37
Ato em SergipeÉ a primeira vez desde 2003 que o indicado para chefiar a Procuradoria-Geral da República (PGR) não está na chamada “lista tríplice”, criada em 2001 e que elege os três procuradores mais votados pelos pares.
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Procuradores federais participam na manhã desta segunda-feira (9) de um ato em defesa da independência do Ministério Público Federal (MPF). A mobilização nacional acontece hoje em 14 estados brasileiros, contra a escolha do presidente Jair Bolsonaro, de indicar Augusto Aras como procurador-geral da República. Ele não participou de debates públicos e nem da eleição interna promovida pela categoria. Para a entidade, o desrespeito à lista tríplice foi o maior retrocesso institucional e democrático do MPF em 20 anos. A lista se tornou tradição e era enviada ao Senado com os nomes dos três procuradores mais votados entre os pares. Agora, ficou restrita a indicação de Bolsonaro.
Para a procuradora federal Eunice Dantas, a escolha do presidente é preocupante. "Não sabemos das propostas e nem o que ele pretende", comentou ela durante uma entevista a uma emissora de rádio local.
É a primeira vez desde 2003 que o indicado para chefiar a Procuradoria-Geral da República (PGR) não está na chamada “lista tríplice”, criada em 2001 e que elege os três procuradores mais votados pelos pares.
O presidente pode escolher mesmo quem não esteja na lista, mas se tornou tradição a indicação do mais votado, que neste ano foi o subprocurador Mario Bonsaglia. A resistência dos procuradores a Aras vem do fato de ele nem sequer ter participado da eleição para a lista deste ano.
Baiano, Aras tem 60 anos e está no Ministério Público Federal desde 1987. O subprocurador foi apresentado a Bolsonaro pelo ex-deputado Alberto Fraga (DEM-DF), que integrou a bancada da bala.