13/09/2019 as 11:14

COM BASE NOS DADOS DO IBGE

Nível de escolaridade entre negros e brancos é desigual

Em Sergipe, brancos com nível superior completo somam 19,3%; negros, 3%.

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O nível de escolaridade entre brancos e negros no Brasil é desigual e Sergipe segue essa mesma linha conforme demonstram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A relação dessemelhante entre os dois grupos pode ser verificada quando comparado o nível de escolaridade entre ambos: enquanto os brancos sem instrução somam 9,5%, no grupo de negros/pardos o percentual é de 13%, mesmo estando em menor quantidade no Estado.


Ainda segundo os dados, apenas 37% dos brancos têm nível fundamental incompleto; 4,4% fundamental completo; 21,8% médio completo; 3,5% superior incompleto e 19,3% superior completo. Enquanto o grupo de pessoas negras e pardas tinham: 39,6% fundamental incompleto; 6,9% fundamental completo; 22,8% médio incompleto; 3% superior completo; e 10% superior incompleto.


Nível de escolaridade entre negros e brancos é desigualDe acordo com o economista Ítalo Spinelli da Cruz, professor da Universidade Tiradentes e especialista em análise de dados educacionais, de fato há uma desigualdade entre as raças que vêm um processo histórica. Os negros estão em maior proporção nos empregos subalternos, com menor nível de renda e uma desigualdade muito grande nos níveis grais de emprego e isso vai desencadeando o afastamento dessas pessoas a educação normal.


“Diante desse processo histórico de disparidades, o que se vê é a perpetuidade de um contexto de desigualdades, onde existem menos crianças negras nas escolas, menor acesso à universidade e menor acesso ao mercado de trabalho”, disse.


Ainda segundo do estudioso, a melhoria desse quadro de heterogenia vem sentido melhora com a aplicação de políticas públicas, como a de cotas raciais para o ingresso em instituições de ensino superior. Há quase 20 anos esse modelo de ação está em vigor no país e agora teremos uma mudança nos resultados dessa inclusão sentida, ou seja, mais pessoas negras conseguiram esse acesso ao estudo.


“É fato que muitas dessas pessoas não têm a condição de sair para estudar sem condição mínima para isso. Tanto é que muito aluno está conseguindo fazer uma graduação porque existe ainda uma polícia de assistência social que ainda garante a permanecer dele dentro da instituição, como o auxílio alimentação, o transporte, o auxílio estudantil. Esse assistencialismo é fundamental para que essas pessoas permaneçam estudando e tenham condições de se dedicar”, finalizou Spinelli.

 

 

| Reportagem: Grecy Andrade

|| Foto: Divulgação