20/11/2019 as 07:39

PLANO DE CARREIRA

Sintese contesta PLs enviados à Alese

Segundo sindicato, retirada de triênio pode reduzir até 40% os salários. Haverá assembleia nesta quinta

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Os professores da rede estadual de ensino foram pegos de surpresa na segunda-feira (18) com o envio de projetos de lei à Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) que trata da retirada do triênio e a redução da carga horária após anos de serviço. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintese), o impacto da retirada do triênio do salário dos professores chega a 40%.

“O sentimento que a gente tem é que somos alvo de massacre do governo estadual. Os trabalhadores são alvos de destruição e Belivaldo vem fazendo isso desde que não concede o reajuste do piso, desmonta a carreira e, agora, manda um projeto de lei que acaba com o triênio. Isso significa reduzir ainda mais o salário que já está menor com a justificativa de uma crise financeira”, aponta Ivonete Cruz, presidente do Sintese.

A professora explica ainda que, apesar do estatuto do servidor e do plano de carreira falarem sobre o triênio para todos os servidores, neste PL, o governo manteve apenas as gratificações por comissões de trabalho, as Gearc (Gratificação por Atividade Pedagógica). Ou seja, retirou de quem está lecionando e deixou em quem não labora na sala de aula.

Sintese contesta PLs enviados à Alese“Será mesmo que é o triênio dos professores que afeta a folha? Os professores já estão sem piso, sem carreira e agora vem mais essa do governo. Querem acabar com o magistério retirando o triênio que é direito”, diz.

Ivonete acrescenta ainda que, neste mesmo PL, o governo quer acabar com a redução por tempo de serviço. “No plano de carreira diz que, quando completados 15 anos de serviço, o professor reduz um quinto da sua jornada de trabalho e, aos 20 anos, reduz mais um quarto. Com a reforma da previdência, o governador disse que vai encaminhar também a do Estado, isso significa que o professor vai trabalhar 30, 40 anos com uma jornada de 25 aulas sem direito a redução. Ou seja, você vai morrer de trabalhar até suas forças acabarem e sucumbirem”, lamenta.

A presidente do Sintese entende a situação como desrespeito aos professores e aos estudantes, chamado de massacre, por isso, convoca os professores para uma assembleia que será realizada amanhã, dia 21, às 9h, no Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe (IHGS).

“Estamos convocando uma assembleia para amanhã com os professores. É lamentável um governo que disse que teria a educação como prioridade, mas a prioridade dele é massacrar os professores e destruir os direitos do magistério. Convocamos os professores a estarem vigilantes. Reforçamos que a retirada do triênio não é recurso que irá diminuir a crise financeira do Estado”, finalizou.

 

 

| Foto: Jadilson Simões