02/12/2019 as 10:54

“Operação Flash Back ”

Polícia prende suspeita de comandar o PCC em Sergipe

Sara Barbosa de Oliveira, de 22 anos, que seria a “geral” da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), em Sergipe. Ela e outro homem foram presos no estado de Roraima. Até agora, já são 83 presos em nove estados da Federação

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Após sete meses de investigação o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Estado de Alagoas em trabalho conjunto com outras instituições de segurança pública deflagaram a “Operação Flash Back”. A ação teve início na última quarta-feira (27) e contou ainda com a cooperação com os Gaecos dos Ministérios Públicos dos Estados de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, São Paulo, Tocantins e Sergipe. 

A continuação da “Operação Flash Back ” ganhou mais um ponto positivo, na última sexta-feira (29), com a prisão de uma mulher identificada como Sara Barbosa de Oliveira, de 22 anos, que seria a “geral” da facção Primeiro Comando da Capital (PCC), em Sergipe. Ela e outro homem foram presos no estado de Roraima. Até agora, já são 83 presos em nove estados da Federação.

O objetivo do trabalho é de combater o principal núcleo da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), com base no Mato Grosso do Sul, de onde saem as ordens de justiçamento para todo Brasil, sob comando de um faccionado identificado como ‘Maré alta’. Segundo as investigações, este indivíduo compõe a atual liderança da facção, que substitui o fundador e líder, Marcos Willians Camacho, conhecido como ‘Marcola’ que atualmente está preso na Penitenciária Federal de Porto Velho, em Rondônia.

Em Sergipe a operação foi deflagrada nos municípios: Simão Dias, Itabaiana, Aracaju, Malhada dos Bois e no Complexo Penitenciário Dr. Manoel Carvalho Neto (Copemcan), em São Cristóvão. Foram expedidos cinco mandados de prisão, e cinco pessoas presas, uma delas, conhecido como “Coringa”, resistiu à ação policial, foi atingido em confronto, levado ao Hospital do município de Lagarto, mas veio à óbito. Ainda durante a ação policial foram apreendidos sete aparelhos celulares e duas balanças de pesagem de drogas no Copemcan. 

De acordo com o Promotor de Justiça Dr. Jarbas Adelino S. Júnior, a operação originária em Alagoas parte para o enfrentamento ao PCC não com o propósito de apreender armas e drogas, mas de isolar os líderes da nova estrutura, que tem como caraterística a truculência no ‘tribunal do crime’, com mortes bárbaras pelo Brasil, inclusive em Alagoas, com maiores registros em Maceió e região Metropolitana. "Conseguimos localizar a Sara, em Roraima. Ela é apontada como líder da façção aqui em Sergipe. Ela comandava tudo de Sergipe, diretamente de Roraima. A Sara é considerada a centralizadora. O novo esposo dela está no semiaberto e uma das características dela é ser muito violenta. Sara era quem administrava o PCC, seção feminina de Roraima, já algum tempo. Era quem articulava as mortes", disse o promotor durante entrevista coletiva na manhã desta segunda-feira (2).

Ainda de acordo com o Dr. Jarbas Adelino ela possuia uma residância no município de Japoatã e em Roraima tinha um salão de beleza. Uma das características do PCC é a frieza com a qual determinam a forma de execução das suas vítimas, incluindo jovens inocentes e membros da própria facção, tidos como desobedientes, quase sempre narrando para elas como será o passo a passo da morte. Durante as execuções, os criminosos costumam fazer contato com o líder que deu a sentença e transmitir, por meio de vídeos, para provocar ‘prazer’ e reforçar sua autoridade, bem como ganhar prestígio dentro da facção.

Mobilização

Para garantir o cumprimento de todos os mandados de prisão e demais trâmites cartorários, cerca de mil policiais civis e militares de Alagoas e de outros estados foram empregados na operação. Em Sergipe, a Secretaria da Segurança Pública (SSP/SE) e o Comando de Operações Especiais da Polícia Militar (COE/PMSE) auxiliaram na operação e no cumprimento dos mandados. No âmbito federal, o Ministério da Justiça, por intermédio da Secretaria de Operações Integradas (SEOPI), colaborou com a ação. As investigações continuam.