26/02/2020 as 10:10
PETROLEIROSSegundo o sindicato, o acordo firmado entre TST e FUP "não garante nada" ao trabalhador e o desmonte permanece
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A Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciou na última sexta-feira, 21, o fim da greve, após firmar acordo com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), no entanto, a decisão não agradou aos trabalhadores e o Sindicato Unificado dos Petroleiros, Petroquímicos, Químicos e Plásticos nos Estados de Alagoas e Sergipe (Sindipetro AL/SE) disse ser contra o que foi acordado.
Os principais motivos que levaram à greve nacional dos petroleiros foram as demissões dos concursados em uma fábrica de fertilizantes localizada no Paraná e os fechamentos de várias unidades da Petrobras. De acordo com a diretora do Sindipetro AL/SE, Gilvani Santos, o acordo firmado entre TST e FUP, estabelece apenas a suspensão das demissões por 15 dias, o que não dá garantia à classe, que vem lutando contra o desmonte da estatal. Inclusive, segundo Gilvani, no mesmo dia em que fora firmado o acordo, a Petrobras desativou uma plataforma.
“Nós não concordamos com o acordo, porque mobilizamos os trabalhadores e foi uma pressão nacional. Apesar de Sergipe não conseguir construir a greve, mas, nos outros estados participamos ativamente. Estávamos sendo contra ao desmonte da estatal, e logo em seguida, após firmar o acordo, no mesmo dia, a Petrobrás já parou uma plataforma para ser vendida, para ser entregue. Então mostrou que o acordo não garante nada”, se posicionou a diretora.
Em Sergipe, o Sindipetro chegou a realizar alguns atos, na sede da Petrobras, em Aracaju, e no município de Carmópolis, no entanto, a greve não chegou a se firmar no estado. No país, a mobilização durou 20 dias até o fim da greve, e teve grande projeção. Segundo Gilvani, o movimento já estava começando a ter apoio de outros sindicatos e da própria população.
“O CSP Conlutas permaneceu do início ao fim dando apoio à greve. Agora estaremos realizando um chamado para as centrais sindicais, para a paralisação do dia 18. Porque o governo está chamando uma manifestação contra o Congresso no dia 15, então a gente vai ter que jogar pesado nas manifestações no dia 18 e os trabalhadores tem mil motivos para ir às ruas”, afirma Gilvani.
|Da redação do JC Online
||Fotos: André Moreira