02/04/2020 as 09:23

DE FÉRIAS?

População lota praias, apesar do alerta para coronavírus

Nas ruas e avenidas da capital, mesmo com a prorrogação do decreto, o movimento está acima do que seria esperado para o momento nas ruas

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População lota praias, apesar do alerta para coronavírus

Apesar das medidas de quarentena estipuladas pelo Governo de Sergipe e Prefeitura de Aracaju e contrariando as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), muitos aracajuanos resolveram ir à praia na tarde de ontem, 1º. Na região do Banho Doce, um grupo de cerca de dez meninos jogavam bola e famílias se divertiam bem próximas a outras pessoas. Já na área da Cinelândia, muitos grupos curtiam a praia sob
sombreiros fornecidos por um ambulante do local que também fornecia bebidas.

Nas ruas e avenidas da capital, mesmo com a prorrogação do decreto, o movimento está acima do que seria esperado para o momento nas ruas. Logo pela manhã, alguns pontos de engarrafamento foram visualizados, a exemplo das avenidas Beira Mar e Viaduto do Detran. O comércio segue fechado, mas bancos e mercados abertos são foco de procura.

A equipe do JORNAL DA CIDADE (seguindo as recomendações de distanciamento) percorreu as praias e diversos bairros de Aracaju e em todos os pontos, havia pessoas circulando. E, em especial, chamou a atenção o número de idosos e pessoas em casas lotéricas e filas de supermercados.
Na praia, a todo o momento chegavam grupos de surfistas e jovens com caixas térmicas na mão em direção à areia. Na área do estacionamento, mais pessoas se reuniam e conversavam tranquilamente. Enquanto a equipe de jornalismo estava no local, uma viatura da Polícia Militar estacionou vizinho à passarela e, até a nossa saída, nenhum frequentador foi orientado sobre as restrições de convívio social.

Para falar sobre a quantidade de pessoas nas ruas, o JC procurou o Governo do Estado, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e também a Prefeitura de Aracaju. De acordo com o governo, “o último decreto prevê uma série de regras direcionadas a estabelecimentos públicos e privados. Não existe o toque de recolher como existe em outros estados. As pessoas têm liberdade para transitar e andar com seu veículo.

Atendemos mais de cinco mil chamadas desde o decreto e mais de 1.300 vão responder na Justiça pelo crime de desobediência. Tanto o 190 quanto o 181 estão à disposição para denúncias”, informou. Já a assessoria da SES informou que tem feito um trabalho nos meios de comunicação e
redes sociais sobre a importância do isolamento social e que a recomendação principalmente neste momento é para que as pessoas fiquem em casa.
Já Prefeitura de Aracaju informou que tem atuado preventivamente, em diversas frentes, desde antes da confirmação do primeiro caso de Covid-19 no município, para o enfrentamento do novo coronavírus.

Confira abaixo o que informou o município:
Em conformidade com a Declaração de Emergência em Saúde Pública, do Ministério da Saúde, editou uma série de decretos municipais ao longo do último mês de março, para restringir a circulação de pessoas pela cidade, como a suspensão das atividades educacionais nas escolas e universidades das redes municipal e particular de ensino da capital sergipana, assim como também nos shoppings centers, cinema, teatro, academias, clubes, boates, casa de shows e comércio em geral, até o próximo dia 17 de abril, de acordo com o mais recente decreto, publicado nesta quarta-feira, dia 1º.

A prefeitura reforça a necessidade de a população permanecer em quarentena, como versam os decretos municipais, e destaca que trabalha fiscalizando os possíveis descumprimentos através da Vigilância Sanitária e Epidemiológica, do Procon Municipal, da Guarda Municipal de Aracaju e da Defesa Civil da capital.

Defesa Civil
No dia de ontem, após a prorrogação por mais 15 dias as medidas estabelecidas no primeiro decreto municipal para o enfrentamento ao coronavírus, a Defesa Civil recebeu a informação de algumas barracas na praia estavam abertas, reunindo dezenas de pessoas e, consequentemente, descumprindo as medidas de isolamento e distanciamento social.

Segundo o coordenador da Defesa Civil do município, major Silvio Prado, as fiscalizações e denúncias têm sido constantes e, eventualmente, há situações dessa natureza, que exigem a necessidade de atuação do órgão. “Nós orientamos que as barracas fechassem para evitar o uso comunitário de mesas e cadeiras, por exemplo, que podem transmitir o vírus”, ressaltou.

O major explica que a venda de bebidas pode ocorrer, porém, sem a permanência dos consumidores no local. “Como a ação é mais de orientação, demos um prazo para que as pessoas pudessem encerrar suas contas e deixassem o local”, afirma. Isso porque o decreto municipal, editado nesta quarta pelo prefeito Edvaldo Nogueira, estabelece o não funcionamento desses locais.  

Silvio Prado lembra que as fiscalizações têm ocorrido de acordo com a demanda e com as denúncias que têm chegado aos órgãos municipais. "Recebemos as denúncias e realizamos a fiscalização. Estamos monitorando os espaços públicos e orientando a população. No momento em que estamos, é necessário se preservar dentro das suas casas", reforça.

Atendimentos
A administração municipal também implementou o serviço MonitorAju – um canal telefônico e digital (https://www.aracaju.se.gov.br/monitoraju) –, a partir do qual o cidadão pode buscar informações sobre o novo coronavírus sem que precise se dirigir a uma unidade de saúde, e passou a disponibilizar a oferta de centenas de serviços municipais, também por meio de uma plataforma digital, medidas que contribuem para
que o cidadão possa evitar o deslocamentos pela cidade.

Através do MonitorAju o cidadão pode denunciar o descumprimento das medidas emergenciais que visam restringir a circulação de pessoas pela cidade. Ao receber a denúncia, a administração municipal empreende uma ação de fiscalização para conferir a veracidade da informação e adotar as medidas cabíveis.

Denúncias de descumprimento do decreto por parte de estabelecimentos, aglomerações e outras irregularidades podem ser feitas ainda pelo número 156 (Saúde Aracaju), 151 (Procon Aracaju) ou 190 (Polícia Militar) e 181 (Polícia Civil).

Texto: Grecy Andrade
Foto: Jadilson Simões