20/05/2020 as 08:18

SOLIDARIEDADE

Instituições filantrópicas precisam de ajuda imediata

Com a pandemia, doações chegaram a cair 50% e entidades sofrem

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É bem verdade que as instituições filantrópicas têm feito um brilhante trabalho no sentido de ajudar a quem necessita, principalmente àqueles que sofrem com alguma doença crônica e não conseguem seguir sem esse apoio. Mas, com a disseminação do coronavírus e a recomendação de isolamento social, essas entidades têm passado por apuros para honrar com os seus compromissos.

Para se ter ideia da situação, na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) o número de doadores caiu em 50%, trazendo dificuldades para o pagamento das despesas fixas, que giram em torno de R$ 140 mil por mês. “Reduzimos a carga horária dos funcionários, mas está bem difícil. As despesas fixas continuam e a gente não tem interesse nenhum em demitir funcionário. A gente vem mantendo todos.

Na Apae a dificuldade não é diferente. Hoje, a instituição atende 407 pessoas, de 67 municípios. Por mais que elas não estejam vindo para a instituição, a gente faz esse acompanhamento através de videoconferência. Elas estão sendo assistidas e estamos prestando as orientações através do telefone”, explica a gestora. Outra entidade que segue no mesmo ritmo é o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (Gacc). Por lá, as doações caíram em torno de 40% durante a pandemia. De acordo com a gerente-geral do Gacc, Ulla Ribeiro, os reflexos são drásticos. “Os doadores caíram bastante, algo em torno de 40%. Não apenas financeiras, no Call Center, mas também aquelas doações recorrentes de pessoas que vinham direto na casa de apoio, alguns pequenos empresários que doavam sempre um pouquinho aqui e ali.

Mesmo com a captação de recursos funcionando, tudo está muito difícil. Mas aí vem o reflexo. Muitos doadores que trabalhavam, deixaram de trabalhar, alguns foram embora para o interior passar a quarentena. Estamos tendo dificuldade na busca, justamente porque muitos não estão em casa”, afirma Ulla. Ela vai além: “A gente não quer afetar salário de ninguém, porque cada um tem as suas responsabilidades. Estamos utilizando hoje um fundo que era para a construção da nova sede para não deixar os colaboradores sem salário e garantir a assistência.

Continuamos com a área de saúde, com a abertura da casa de apoio, tendo que levar para tomar medicamento, fazer alguns exames de urgência. Está tudo muito difícil, inclusive tivemos que suspender alguns projetos por causa da frequência das crianças e dos voluntários”, explica. Atualmente, o Gacc atende a 65 crianças e adolescentes em tratamento de câncer e anemia falciforme, além de mais 20 crianças em diagnóstico precoce e que tiveram que suspender os encaminhamentos devido à Covid-19. Ulla lamenta a falta de apoio por parte do poder público. “A gente está vendo recursos para vários órgãos, mas não estamos vendo aporte para as organizações do Terceiro Setor. Estamos vendo elas fecharem portas, organizações de assistência que fazem uma política pública junto com o Estado, com o município, e tendo que fechar porta porque não acessa recursos públicos. A sociedade civil é quem está chegando, fazendo a sua parte, mas não estamos nenhum político legislando pelas organizações e também quem está na gestão também não tem olhado. Somos parceiros e fazemos a política que, muitas vezes, eles não fazem”, finaliza a gerente do Gacc.

A equipe de reportagem do JORNAL DA CIDADE entrou em contato com a Secretaria de Estado da Inclusão, Assistência Social e do Trabalho (Seit), através da assessora Rebecca Melo, mas até o fechamento desta edição não foi enviado um posicionamento sobre o assunto.

 

PARA AS PESSOAS QUE PUDEREM DOAR QUALQUER QUANTIA PARA AMBAS INSTITUIÇÕES, SEGUEM OS DADOS:
Apae
BANCO DO BRASIL
Agência: 1402-8
Tipo: 03
Conta Corrente: 4676-0

BANESE
Agência: 014
Tipo: 03
Conta Corrente: 126776-7

Gacc
BANESE
Agência: 054
Tipo: 03
Conta Corrente: 100308-6

BANCO DO BRASIL
Agência: 1224-6
Conta Corrente: 107258-7

|Por Diego Rios

||Foto: Divulgação