20/05/2020 as 11:43

Música

Música, bate-papo e poesia nesta quarta

No clichê “o aniversário é dele, mas o presente é nosso e a solidariedade é de todos”, o artista Werden Tavares celebra a data natal, comemorada no próximo dia 24

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No clichê “o aniversário é dele, mas o presente é nosso e a solidariedade é de todos”, o artista Werden Tavares celebra a data natal, comemorada no próximo dia 24, com a quarta edição do “Werdnsday”, num festival virtual que começa hoje, 20, e diverte até o próximo domingo, 24, como bate-papo, poesia, risos e muita música (claro!). A programação festiva acontece nas redes sociais do músico (Insta, Face e Youtube), com início às 18h, de quarta à sábado; e no domingo, das 16h às 21h30, encurtando distâncias com participações sonoras de outros estados, somando a musicalidade com os conterrâneos e alegrando o público.

Entre as atrações estão Alex Sant’Anna; Coletivo Ensaio Secreto; Elisa (a filha do Werden!), Fábio Trummer, da banda Eddie (PE); Luno Torres; e a banda Mopho (AL). “São artistas de vários estados, direto de suas casas para a casa de todas e todos nós. Esse ano o evento foi ampliado para o Nordeste e o Sudeste, pois foi uma necessidade que abriu outros caminhos. Se a ideia era aglomerar pessoas e gerar debates, vamos desmistificar o isolamento social e gerar mais debates ainda. Ser uma edição virtual também ajuda bastante na questão da logística e do encurtamento de distâncias. Esse ano teremos artistas de Alagoas, Pernambuco, São Paulo e Sergipe.

Quando eu iria sonhar em fazer isso com a atual conjuntura política, social e de saúde? Precisamos agora é desenvolver uma forma de negócio sustentável economicamente para a arte”, destacou Werden Tavares. Na propositura de uma reflexão precisa, ele revela o desafio prazeroso de adaptação da festa “fisicamente aglomerativa” para o amontoado virtual. “As pessoas têm que entender que vivemos um isolamento físico, mas que alguns de nós Gilmara Costa DA EQUIPE JC estão inclusive melhorando o trato social.

Quantas pessoas andavam usando o telefone apenas para milhares de funções que não apenas telefonar? Para produzir esse evento, eu tive o prazer de fazer a maioria dos contatos por telefone. É muito bom saber como as pessoas estão (meus amigos e amigas da arte) ouvindo suas vozes em tempo real. Claro que nada substitui o contato físico, o abraço. Mas estamos aí amenizando. No meu caso estou isolado, mesmo, fisicamente. E a primeira surpresa então foi que a maioria dos artistas está na mesma, respeitando o isolamento e aprendendo a interagir dessa maneira não presencial com o público.

As únicas dificuldades são técnicas mesmo, com relação à logística da coisa toda. Mas a alegria de estar fazendo é maior”, revelou. E como nas edições anteriores, ressaltando o ideia da coletividade em festa e solidariedade cotidiana, Werden faz um convite às doações e contribuições que serão destinadas aos profissionais da arte e famílias mantidas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto em Sergipe. “Acho que esse ano, mais que os outros, todos estamos carentes de esperança. Não apenas os profissionais e amantes da arte, mas a população em geral como um todo. Eu ando me emocionando muito com as coisas.

Apesar dos governos federal e municipal ignorarem os apelos que a classe tem feito por ajuda aos colegas da nossa profissão, ou até mesmo aos mais pobres, como é o caso dos sem-teto, alguns de nós que têm mais visibilidade, estamos fazendo o que sempre fizemos: estamos tentando engajar a sociedade em ações que possam mudar o mundo. Ano passado conseguimos uma série de doações para as famílias sem-teto. Este ano, esperamos conseguir uma boa quantidade de doações para ajudar os profissionais da música e os sem-teto novamente. A arte não muda o mundo. Quem muda o mundo é a luta.

Mas podemos mudar as pessoas que podem mudar o mundo. E é essa a minha razão para estar vivo”, disse Werden. Foi assim... Num alinhamento de desejo festivo com encontros sonoros, sem desculpas de ausência por motivo de “outras tocadas”, Werden Tavares decidiu por produzir o próprio show e festa no palco para celebrar o novo ano pessoal fazendo o que gosta, na companhia dos sorrisos que o fazem sorrir ainda mais largamente. Foi assim que surgiu o Werdnsday, que logo ganhou formato de festival e mais manifestações de arte. “A primeira não teve esse nome. Foi a partir da segunda que passou a ter e a partir do ano passado ganhou a cara de festival. Eu, como músico, sempre tive a vontade de tocar durante o meu aniversário. Na verdade, eu tenho vontade de tocar sempre.

Ao mesmo tempo era um pouco difícil comemorar, já que meus amigos às vezes estavam tocando e não poderiam participar das festas. Então, eu sempre soube que quanto maior fosse a festa mais fácil seria eles e elas estarem presentes. Sempre dentro desse equilíbrio entre o trabalho e principalmente o lazer. Nas duas últimas edições também fez sentido organizar a festa de uma forma que pudéssemos arrecadar algo para ajudar as outras pessoas. Tornar a celebração uma coisa mais engajada e beneficente. O alemão Goethe tem uma frase “Nada revela tanto o caráter de uma pessoa quanto as coisas que a fazem rir”. Neste sentido, uma celebração da vida só faz sentido se for celebrar a vida de todas as pessoas”, ressaltou.