27/05/2020 as 08:28

EMPRESAS SERGIPANAS

Mais de 40% interromperam atividades

Faturamento caiu para mais de 85%

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Mais de 40% interromperam atividades

Pesquisa realizada pelo Sebrae revelou que 44,5% das empresas sergipanas interromperam operação durante a crise, pois dependem de funcionamento presencial, e 85,7% das empresas afirmaram que o faturamento caiu durante a pandemia. Os dados fazem parte da terceira edição da pesquisa “O Impacto da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios”. Ainda de acordo com os dados coletados, 33,5% mantêm funcionamento com auxílio de ferramentas digitais; 9,3% mantêm funcionamento, mas sem estrutura de tecnologias digitais; 12,7% mantêm funcionamento por outras razões (entre serviços essenciais, por exemplo); 4,2% dos empresários disseram que precisou demitir funcionários nos últimos 30 dias; 29% disseram ter dado férias coletivas aos seus empregados; 37,5% suspenderam contratos de trabalho; e outros 23% fizeram redução da jornada com redução de trabalho. 

A pesquisa revela também que cresceu o percentual de empresários que afirmou precisar de crédito para manter o negócio em funcionamento sem gerar demissões: era de 49% no início de abril e é de 69% agora. O estudo do Sebrae apresentou ainda que 32,5% dos empreendedores ouvidos relataram possuir dívidas e empréstimos em atraso. Outros 23% têm estas mesmas despesas, porém estão conseguindo honrar os compromissos. Entre aqueles que apontaram a necessidade de obter crédito, 54% revelaram que seria necessário até R$ 10 mil por mês para o negócio não fechar. Entre as medidas consideradas mais urgentes pelos empresários está a concessão de empréstimos sem juros (62,9%), redução de impostos e taxas (60,9%), auxílio temporário para subsistência do empresário (55,4%) e aumento das linhas de crédito (52,3%). O levantamento foi realizado entre os dias 30 de abril e 5 de maio. 

O superintendente do Sebrae, Paulo do Eirado, aponta que os números revelados na pesquisa mostram uma situação extremamente crítica, que surpreendeu, pois ninguém tem experiência anterior sobre o assunto e o futuro ainda é de indefinições e contradições. “Temos o discurso da defesa da microempresa, mas a gente vê que existem muitas ações que não têm a mesma sensibilidade. Por exemplo, 90% dos pedidos de empréstimos terminaram não sendo concedidos, estamos num período de exceção, e mesmo tendo a boa vontade para resolver entraves burocráticos os empreendedores encontram taxas de juros altas, empréstimos negados e negativação de cadastros”, afirmou. 

Eirado destaca ainda que a pesquisa mostra que quando se fala em micro e pequenas empresas fala-se em emprego, uma prioridade nacional, por isso é preciso possibilitar meios de amenizar a situação atual. “O problema é conjuntural, é necessária uma rede de suporte para que exista uma ambiência favorável ao crescimento econômico de um pequeno grupo, mas que representa a maioria das empresas do Brasil”.

O Sebrae, segundo o superintendente, tem sido um grande apoiador das pequenas empresas neste momento, não só dando suporte técnico em consultorias, cursos, palestras etc., mas também com suporte financeiro. “O Sebrae tirou 50% de todos seus recursos para ampliar o fundo de aval para micro e pequenas empresas possam ter mais acesso a créditos, com isso a instituição passa a ser garantidora e caso a empresa não consiga arcar com o empréstimo o Sebrae vai bancar até 80% desse valor. 

Temos autocompromisso, não apenas teorizando, mas colocando em prática, em nome dessa crise inédita. De fato, nosso compromisso é bastante sério e ampliado com essa realidade”, finalizou Paulo do Eirado, frisando ainda que todo ambiente governamental, fiscal, legal, financeiro e de crédito tenha a mesma sensibilidade ao setor.