14/07/2020 as 07:56

BALANÇO

Polícia Civil apreendeu quase 700 kg de drogas no 1º semestre

Traficantes se adaptaram ao período com entregas de drogas através de aplicativos

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O combate ao tráfico de drogas em Sergipe continua sendo intensificado a cada dia. Para se ter ideia, o Departamento de Narcóticos da Polícia Civil (Denarc) apreendeu, em poder de traficantes, quase 700 kg de drogas em todo o Estado. Foram mais de 670 kg de maconha, 12 kg de cocaína e quase 3 kg de crack.

Além disso, 502 pés de maconha, 9 gramas de heroína, 172 unidades de ecstasy, 9 lança-perfumes, 9 gramas de pasta de cocaína e 9 unidades de “cheirinho de loló”. Apesar de inferior ao montante apreendido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), que tirou de circulação mais de 900 kg de drogas de janeiro a junho deste ano, ainda assim, o montante é considerável e significativo, principalmente, no reflexo do número de homicídios.

Para o delegado Osvaldo Resende, responsável pelo Denarc, a redução no número de homicídios tem sido o principal foco da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP/SE) e caminha lado a lado com o tráfico de drogas. “Nós estamos focando, desde os últimos dois anos, principalmente, na redução das taxas de homicídio. É nossa prioridade. Mas claro que também trabalhamos paralelamente no combate às organizações criminosas. Quando você vai reduzir as taxas de homicídios, nós acabamos focando na droga a varejo e nos grupos locais que são responsáveis pelos homicídios na nossa cidade”, explica Osvaldo.

Ele alerta para a diversificação do mercado consumidor de drogas no Estado, principalmente no que diz respeito às drogas sintéticas e ao consumo de uma maconha com potência e valor superior à maconha tradicional. “Estamos notando a diversificação do mercado consumidor. Algumas drogas sintéticas estão substituindo o gosto do mercado consumidor, e, às vezes, uma maconha diferenciada substituindo a maconha tradicional. Estamos focando agora na maconha Skank, que é uma maconha que está entrando no nosso estado, uma maconha de alto valor, dez vezes mais cara do que a maconha tradicional, e estamos fazendo um trabalho de repressão”, aponta o delegado. Para Osvaldo, o trabalho conjunto vem surtindo grande efeito quando o assunto é o combate ao tráfico de drogas.

“Procuramos fazer um trabalho com a Polícia Militar, que é nossa parceira. A Polícia Federal também está fazendo um bom trabalho nas rodovias federais, até porque é por lá que a droga ingressa em Sergipe. Cada força de segurança fazendo o seu trabalho e, juntos, estamos obtendo êxito na repressão ao tráfico de drogas. Lembrando que esse trabalho da polícia só é possível com a ajuda do Poder Judiciário sergipano, pois muitas das medidas cautelares, das prisões, para serem mantidas dependemos do Ministério Público e do Poder Judiciário. Não adianta a gente retirar essas pessoas das ruas e elas voltarem a delinquir.

É um trabalho em parceria”, acrescenta o delegado. Por último, o chefe do Departamento de Narcóticos revela que assim como a população teve que se adaptar nesse período de pandemia, com o tráfico de drogas não foi diferente. A polícia conseguiu desarticular duas quadrilhas que realizavam a distribuição da droga através de aplicativos de entrega. “Nesse período de pandemia, verificamos que o tráfico se adaptou. Conseguimos prender pessoas entregando droga através de aplicativos, mostrando que o tráfico se adaptou à pandemia.

Eles estavam com aquele isopor, todo camuflado, fazendo a distribuição da droga. Há cerca de 15 dias também conseguimos prender um grupo que vendia maconha Skank e droga sintética através do sistema delivery. Os criminosos se adaptam à nova realidade, e a polícia também tem que se adaptar e reprimir essa conduta”, finaliza Osvaldo Resende. Este ano, a Polícia Civil já realizou 78 operações de médio e grande porte com o objetivo de desarticular organizações ligadas ao tráfico de drogas no município de Aracaju e cidades como Lagarto, Itabaiana, Tobias Barreto e Estância.

Da Redação do JC
Foto: SSP/SE