15/01/2021 as 09:45

ORLANDO DANTAS

Abelhas: moradores sofrem com ataque

As abelhas provocam em média 10 mil acidentes e cerca de 40 mortes todos os anos no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, com base no levantamento de 2019

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Abelhas: moradores sofrem com ataque

As abelhas provocam em média 10 mil acidentes e cerca de 40 mortes todos os anos no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, com base no levantamento de 2019. Apesar de atacarem apenas pelo instinto de defesa, é importante não manipular estes animais sem ajuda profissional para não correr o risco de ser picado. No entanto, na última quarta-feira, dia 13, alguns insetos se instalaram em um poste de iluminação pública no Conjunto Orlando Dantas, Bairro São Conrado. A presença dos animais despertou a curiosidade de algumas pessoas que acabaram sendo atacadas.

O Corpo de Bombeiros Militar de Sergipe (CBMSE) foi acionado para atender a ocorrência e ainda no dia de ontem retirou as abelhas. Experiente quando o assunto é abelhas, o apicultor Antônio Carlos de Vasconcelos, conhecido como “Tonhão”, alerta que o manejo inadequado dos animais é um risco, pois se o enxame estiver em uma casa com moradores, por exemplo, pode incorrer até em risco de morte, pois é necessário isolamento do ambiente e técnica correta para a remoção. Segundo ele, as abelhas podem aparecer em enxame no formato de “nuvem” e em seguida se agrupam, podendo voar novamente ou se fixar em determinado espaço. Ou seja, ela pode descansar em determinado local ou voar novamente. Muito importantes para todo o ecossistema e produção alimentar, o produtor explica ainda que 85% do que se come depende da abelha e isso não é um fato tão novo. “Esse animal é importante para o planeta.

Ano passado uma entidade europeia elegeu a abelha como o principal sobrevivente do planeta, animal a qual dependemos diretamente, sem elas não há alimento e é importante tratá-las como devem ser, inclusive com a criação de políticas públicas para fazer o trabalho correto de captura, para tirá-las do meio urbano e levar para os apiários, pois os órgãos fiscalizados acabam eliminando o enxame por falta de conhecimento e preparo durante a captura, sendo mais fácil queimar, ou jogar veneno. Essa prática tem que ser mudada e as abelhas têm que ser salvas como qualquer outro animal”, cobrou.

Ainda segundo Tonhão, a produção de mel em Sergipe ainda é pequena, fazendo com que os maiores vendedores de méis do estado tenham que importar o alimento da Bahia e do Piauí porque a demanda sergipana não é atendida de forma plena com o que é produzido localmente. “A região mais difundida com a apicultura é a região do sertão e do litoral. Em Neópolis e no Baixo São Francisco está sendo explorado o pólen, uma coisa nova. Atualmente eu só vendo a própolis vermelha e estou começando a produzir também. O Estado de Alagoas, no entanto, está dez vezes mais avançado em produção que a gente, pois lá tem políticas públicas que ajudam os pequenos a virarem grandes produtos e aqui estamos esperando esse incentivo chegar, pois produzir não é difícil, o difícil é comercializar, e esse é o gargalo de todo produtor, pois não há rede de venda”, enfatizou o apicultor.

|Foto: Divulgação