22/02/2021 as 08:03

ALTOS PREÇOS

Carne bovina: alta no preço afeta consumo no país

A renda média do brasileiro caiu durante a pandemia, pontua o economista, e dois dos motivos são o desemprego e a falta de reajuste de salário dos trabalhadores

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Os consumidores sergipanos já devem estar sentindo no bolso os altos preços da carne bovina vendida em todo o Estado. E para piorar a situação, as tradicionais misturas brasileiras, arroz e feijão, também tiveram aumento, fato que encarece ainda mais as refeições das famílias brasileiras. “A carne bovina é um item chamado de commodity, ou seja, tem o preço determinado pelo mercado internacional. O Brasil é um grande exportador de carne e as exportações para a China aumentaram muito durante a pandemia e continuam em alta.

O mercado consumidor brasileiro sente um certo desabastecimento, ou seja, como o Brasil exporta carne para qualquer país do mundo, se o consumidor não tiver disposto a pagar certo preço em dólar convertido em real prefere-se vender em mercado externo, com isso o consumidor brasileiro acaba tendo um concorrente na hora de comprar a carne, que é consumidor externo, principalmente o chinês”, revelou o economista Luis Moura.

Além do alto preço devido à exportação, a produção de carne não aumentou, então novamente há restrição do produto, com isso cria-se um problema para o consumidor brasileiro, porque ao cotar o preço de determinados cortes de carne, principalmente o que o Brasil mais exporta, há um efeito disso. “O que antes era vendido a R$ 25, hoje está R$ 35, R$ 40 o quilo de determinados cortes. E os preços pararam de subir, porque o consumidor ressentiu e teve uma queda no consumo de carne no mercado interno, justamente por conta do aumento dos preços”, disse.

A renda média do brasileiro caiu durante a pandemia, pontua o economista, e dois dos motivos são o desemprego e a falta de reajuste de salário dos trabalhadores. “Com isso, as pessoas sentem a dificuldade de pagar um preço alto pela carne, pois não conseguem aumentar o ritmo de preço desse produto. Além da carne, houve aumento do feijão e do arroz, ou seja, os itens preferidos do brasileiro ficaram mais caros. Vai ter que fazer uma substituição, mas os substitutos também tiveram aumento de preço, como o frango e o carneiro, por exemplo. Outros tipos de corte, os cortes de segunda, também acompanharam os preços da carne de primeira. O que o consumidor está fazendo é diminuindo o consumo: se consumia 3kg a 4kg, passou a consumir 2kg, o que é um problema para o brasileiro médio que gosta e prefere esse prato tradicional”, finalizou Moura.

|Por Grecy Andrade
||Foto: André Moreira