26/02/2021 as 09:17

ECONOMIA

Setor industrial aumenta a produção

Durante pandemia, indústria de alimentos e bebidas registrou crescimento de 12,8% em faturamento

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A indústria brasileira de alimentos e bebidas registrou crescimento de 12,8% em faturamento em relação a 2019, atingindo R$ 789,2 bilhões, somadas exportações e vendas para o mercado interno. Esse resultado representa 10,5% do PIB nacional, segundo pesquisa conjuntural da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia). Em 2019, o setor registrou R$ 699,9 bilhões. Em relação à geração de empregos, mesmo com o impacto da Covid-19 sobre o setor de alimentos, que gerou um custo adicional de produção de 4,8% em 2020, a indústria de alimentos e bebidas criou 20 mil novas vagas diretas, alta de 1,2% em relação a 2019.

O setor é o que mais gera empregos na indústria de transformação do Brasil, com 1,68 milhão de empregos diretos. Sobre o assunto, o economista Neidázio Rabelo comentou que a pesquisa revela que a produção de alimentos de uma forma geral – que vai da agricultura até o alimento industrializado – toda a cadeia, junto com as exportações, gerou esse montante de aumento vigoroso, o que puxou a economia durante a pandemia. “Isso foi possível devido ao Auxílio Emergencial, onde as pessoas se concentraram comprando muito alimento e medicamento, já os outros segmentos, como vestuário, calçados, parte de higiene pessoal, perfumaria, moda, todos esses outros segmentos foram suprimidos porque as pessoas se concentraram em alimentos e medicamentos, isso acaba desviando o consumo”, aponta.

Por conta disso, houve uma compensação em termos de PIB. Ano passado caiu em torno de 4% com relação ao ano anterior, e isso significa dizer que no início da pandemia a previsão era de cair 10%, como alguns países europeus e o próprio EUA, e o Brasil conseguiu recuperar a economia e estamos andando na casa dos 3,5%, podendo chegar ao final do ano com 4% de crescimento. Segundo o especialista, o que anula todo efeito maléfico do ano passado para voltar a ter a economia com o mesmo volume que se tinha em 2019, já a partir de 2022, o que é positivo. “Houve uma concentração muito grande na parte de compra de alimentos.

E também o Brasil exportou mais produtos agrícolas voltados à alimentação, em torno de 10% a mais que ano anterior, houve uma procura de alimentos fora do Brasil, e o país aumento em torno de 25% da população mundial e teve essa pressão, o que refletiu na inflação. A combinação de produto e exportação com preço elevado, dólar elevado e ajuda emergencial geraram inflação, a chamada inflação de demanda, muita gente querendo e poucos ofertantes no mercado, a tendência é que os preços subam para ter um equilíbrio de mercado com queda de preços para que haja controle inflacionário neste ano”, concluiu o especialista.

|Por recy Andrade
||Foto: André Moreira