Radialista é agredido por membro de igreja

Neste último domingo, 11, um grupo de pessoas realizou um ato em frente à Igreja do Evangelho Quadrangular, localizada no Bairro Jardins, contra supostos crimes de assédio e importunação sexual ocorridos com frequentadoras da instituição religiosa. O caso vem sendo divulgado nas redes sociais e na imprensa há cerca de um mês. Durante a manifestação, o jornalista e radialista Alex Carvalho acabou sendo agredido por um dos membros da igreja. Diversos vídeos estão circulando na internet desde então, e alguns deles flagram o momento do confronto entre o cristão e o profissional na porta da igreja. A manifestação foi realizada pelo Movimento Púlpito Reformado (MPR), criado para denunciar os crimes de assédio sexual praticado dentro da igreja.

Diversos relatos estão sendo compartilhados no perfil da rede social do MPR e a Polícia Civil está investigando o caso. Alex Carvalho estava realizando a cobertura jornalística da carreata no local quando começou a ser perseguido pelo diácono identificado como Wesley. De acordo com o jornalista, quando os carros começaram a chegar na porta da igreja ele estava filmando e o diácono, que fazia a segurança da igreja junto com outras pessoas, o encarou e perseguiu.

A cena relatada pela vítima consta em imagens de vídeo. “O vídeo completo, sem recortes, mostra que eu estava no meio da via quando ele veio atrás de mim. Nesse momento eu me afastei, fui para o outro lado da rua, e ele continuou atrás de mim. Eu atravessei novamente, e fui para a calçada da igreja. Estava filmando, quando ele chega por trás de mim, vindo para cima, apressando o passo, e ele é grande e forte, então quando ele ia tentar me dar um murro por baixo eu me adiantei e dei uma cotovelada para afastar ele e me defender”, conta Alex Carvalho, que acabou sendo atingindo com murros no rosto e tendo algumas escoriações. A Igreja Quadrangular, por sua vez, conta uma versão diferente. Foi cedido um áudio para a equipe de reportagem do JORNAL DA CIDADE, onde o diácono Wesley diz que abordou Alex para apenas solicitar que ele parasse de filmar, e por isso foi agredido pelo jornalista com uma cotovelada, e reagiu.

A manifestação ocorria na parte externa da igreja e o jornalista também estava do lado de fora, o que nada o impede de poder filmar o que estava acontecendo ao redor. “A minha reação foi com o soco e nesse momento foi o instinto do homem. Mas eu sei que a atitude não foi correta. Como cristão essa não seria a minha atitude, de reagir a uma agressão, mas infelizmente foi aquilo que veio no momento”, diz o diácono. Ainda segundo a igreja, Alex Carvalho estava a todo momento gritando palavras ofensivas e xingamentos contra os membros da instituição. No entanto, apesar de a IEQ enviar vídeos sobre o momento da manifestação, em nenhum deles é possível perceber que o jornalista estaria proferindo xingamentos contra outras pessoas.

O diácono chegou a acusar Alex Carvalho de tentativa de agressão contra uma pessoa que estava dentro de um carro do outro lado da via, o que também não dá para ver nas imagens enviadas. “Se tiver algum áudio que comprove que eu estava xingando pessoas eu desafio ele a apresentar. O que querem é calar a nossa voz, mas, a emissora em que eu trabalho, e eu quero aqui agradecer, não vai deixar esse assunto (crimes de abuso) morrer”, disse o jornalista ao JC. E continua. “São vários vídeos, e em nenhum deles eu apareço xingando ninguém ou tentando agredir. Pelo contrário, no vídeo dá para ver quando ele se aproxima de mim, eu tomo um susto. Pedi para ele deixar eu trabalhar, mas ele se aproximou e tentou me dar um murro por bairro, e fui mais rápido. Eu estava sozinho na frente da igreja porque já tinha corrido dele no canteiro central, é quando ele atravessa e vem para me agredir”, reitera.

Alex conta que prestou um boletim de ocorrência contra o diácono, pela violência sofrida. Ao chegar na delegacia, soube que o mesmo havia também efetuado um BO Além disso, o jornalista também precisou ser atendido na urgência do Ipes. IEQ Em nota, a Igreja Quadrangular disse que “reforça o direito de livre exercício da atividade da imprensa, e lamenta muito os excessos ocorridos entre o radialista e o membro, que por sua vez sempre apresentou conduta de cordialidade para com todos na igreja. O radialista Alex Carvalho continua contando com o respeito e o espaço aberto para realização do seu trabalho, assim como os jornalistas presentes ontem que não tiveram maiores transtornos”.

|Foto: Reprodução/Redes Sociais