14/04/2021 as 09:41

EDUCAÇÃO

A importância do psicólogo no ambiente escolar

Outro ponto elencado diz respeito ao impacto da atuação de um profissional da psicologia na escola, não somente para os alunos, mas para as famílias dos educandos

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Os novos dilemas e contextos da educação apresentaram novas formas de análise e, também, novas funções para o psicólogo escolar. A antiga prática do psicólogo escolar - focada em resolução de problemas, avaliação, diagnóstico, atendimento e encaminhamento para tratamento, ou seja, uma visão individualizante das dificuldades encontradas no ambiente do colégio - abre espaço para novas formas de análise no âmbito escolar, onde alunos, professores e colaboradores integram um processo biopsicossocial.

É o psicólogo escolar o profissional que auxilia nas questões de desenvolvimento pessoal de todos os agentes envolvidos na escola. Assim, alunos, professores, profissionais outros, pais e comunidade podem ser apoiados em questões comportamentais, emocionais e de relacionamento.

“Várias são as possíveis atribuições: acompanhamento dos alunos, auxílio nas intervenções psicopedagógicas, orientação parental, orientação dos professores e demais profissionais da escola, intervenções na comunidade para sua integração com a escola, entre tantas outras. Esse auxílio terá impacto no desenvolvimento emocional, das adaptações comportamentais, do autoconhecimento, dos relacionamentos de todos os envolvidos na educação”, explica a psicóloga Laura Regina Santana, membro do Grupo de Trabalho Psicologia Escolar e Inclusão do Conselho Regional de Psicologia de Sergipe – CRP19.

De acordo com a psicóloga Kezyane Menezes, Conselheira do CRP19 e coordenadora do GT Psicologia Escolar e Inclusão/CRP19, o psicólogo escolar traz reflexões que favorecem a conscientização dos papéis representados pelos vários grupos que compõem a instituição.

“Para tanto, é necessária uma análise da instituição, incluindo o processo de ensino aprendizagem, a relação aluno/professor, questões sociais, hierarquização, análise da filosofia e prática educacional. Com isso, tiramos o foco sobre o aluno como única fonte de dificuldade e responsabilidade da crise escolar, proporcionando uma visão mais global e compreensiva de todos os aspectos escolares e, conjuntamente, encontrar formas alternativas de enfrentá-la”.

Outro ponto elencado diz respeito ao impacto da atuação de um profissional da psicologia na escola, não somente para os alunos, mas para as famílias dos educandos.

“A família e a escola fazem parte do processo de ensino e aprendizagem por serem os dois primeiros contextos educativos e socializadores da criança e servem como referência à vida em sociedade. O psicólogo escolar irá promover uma cultura dentro da instituição buscando espaços onde a família e a escola se articulem e se complementem nas práticas educativas, criando estratégias para participação da família na escola e por outro lado fazendo com que a escola também busque ir até essas famílias para conhecer a realidade social que essa criança está inserida”

A atuação de um profissional de psicologia contribui ainda com a redução de violência no ambiente escolar. Orientado a trabalhar com a prevenção e enfrentamento, ajuda a escola na construção de espaços e relações mais saudáveis, promovendo o desenvolvimento, no qual acolhem as vivências sociais e comunitárias como parte de fundamental importância no processo de ensino e aprendizagem.

“Podemos criar programas específicos dentro do contexto escolar que favoreçam o relacionamento interpessoal na escola, atuando na mediação de conflito, diminuindo o nível de preconceito e de estigmatização atribuída aos alunos”, ressalta Kezyane.

O psicólogo clínico Bruno Madureira, membro do GT Psicologia Escolar e Inclusão/CRP19, aponta que no processo educacional cada professor tem sua didática, sua forma de passar o conteúdo, mas nem todos os alunos aprendem do mesmo jeito ou com a mesma facilidade, alguns precisam de uma atenção especial.

“Neste contexto, o psicólogo escolar detectando essas dificuldades, irá promover atividades que possam potencializar o sucesso dos estudantes, auxiliando-os ao longo do processo de aprendizagem”, explica.

Lei Nacional 13.935/2019

Publicada no Diário Oficial da União em 12 de dezembro de 2019, a Lei n.13.935/2019 dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas redes públicas de educação básica. De acordo com o texto, as redes públicas de educação básica contarão com serviços de psicologia e de serviço social para atender às necessidades e prioridades definidas pelas políticas de educação, por meio de equipes multiprofissionais que deverão desenvolver ações para a melhoria da qualidade do processo de ensino-aprendizagem, com a participação da comunidade escolar, atuando na mediação das relações sociais e institucionais.

O trabalho da equipe multiprofissional deverá considerar o projeto político-pedagógico das redes públicas de educação básica e dos seus estabelecimentos de ensino. A lei define ainda que os sistemas de ensino têm um ano para implantar o serviço nas escolas da rede. Desde a promulgação da lei, os Conselhos Regionais de Psicologia e de Serviço Social estão mobilizados em prol da implementação e garantia de inserção de psicólogas(os) e assistentes sociais na educação básica.

Sabendo da importância do psicólogo no ambiente escolar e educacional na educação básica, o Conselho Regional de Psicologia (CRP), integra a Frente Sergipana e do Comitê Sergipano, que junto com as instituições do serviço social, tem procurado dialogar com diversas entidades, parlamentares, prefeitos e secretários de educação para implementação da Lei 13.935/2019.

Assessoria de Comunicação | CRP19