16/04/2021 as 09:08

ORLA DA ATALAIA

Restaurante Cariri pode encerrar atividades

Em um vídeo publicado pela página Traz a Conta, o proprietário Hamilton Cariri relata algumas dificuldades enfrentadas e não descarta a possibilidade de encerrar as atividades

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Restaurante Cariri pode encerrar atividades

Não é de agora que a pandemia provocada pela Covid-19 tem impactado em diversos setores da sociedade. E um dos locais mais frequentados e tradicionais da capital sergipana, o Restaurante e Casa de Forró Cariri, localizado na Orla dA Atalaia, Zona Sul da capital, pode encerrar o atendimento ao público.

Em um vídeo publicado pela página Traz a Conta, o proprietário Hamilton Cariri relata algumas dificuldades enfrentadas e não descarta a possibilidade de encerrar as atividades. “Cariri é uma instituição que se tornou referência em 21 anos de história, mas, infelizmente, se as coisas não mudarem em termos governamentais no dia 20 a instituição encerra as atividades.

Estou aguardando a nova edição da MP 936 (a medida que permitiu a redução de jornadas e a suspensão temporária de contratos em razão do coronavírus) e a gente só faz pedir a Deus para que Ele nos dê sabedoria para enfrentar o que estamos passando”, a declarou Hamilton Cariri na publicação. O empresário disse acreditar que ainda as decisões governamentais locais são controversas. “Não morreu nenhum funcionário de Covid, pode fazer uma pesquisa.

Aqui a gente mantém o distanciamento, disponibilizamos álcool, aferimos temperatura, de 100 mesas passamos a usar 50%. Aí você chega no restaurante popular no Centro da cidade, se não tiver 500 pessoas eu sou mentiroso. Os ônibus também… Podemos abrir até às 20h, mas na verdade temos que fechar às 19h… É muito complicado, o que me resta é pedir sabedoria a Deus, porque pelo decreto, não sou cientista, não estudei medicina, mas vejo muita falta de bom senso”, disse. Em outro trecho do desabafo, Hamilton revela que a situação do Cariri hoje é a pior que se possa imaginar.

Ele explica que hoje o local tem em média 83 funcionários, sendo que o mês de março todos os funcionários receberam seus salários, mas com a venda de cerca de R$ 340 por dia e uma equipe de 20 funcionários diariamente. “Infelizmente, é o momento que estamos passando. Como tenho medo da depressão, que é uma doença que já tive, que é uma doença da alma, aprendi a viver apenas o dia de hoje. Eu penso no dia de hoje, porque seu for pensar no de amanhã só se Deus me der o direito de acordar porque se eu for pensar, eu fico doido”, narrou.

O empresário vê na reedição da MP uma esperança para não encerrar sua empresa. “Se o governo não reeditar a MP no dia 20 eu tenho que fechar. Já fiz uma reunião com todos os funcionários, não tenho dinheiro para indenizar ninguém, não existe capital para isso, mas será dada a guia de seguro, eles tiram o FGTS, ou me colocam na Justiça e eu tento fazer um acordo ou a Justiça me tira tudo que tenho. Essa é a penalização de ser pequeno empregador no país. Certo é estudar para ser empregado público, mas inventei de empregar, mas quem emprega é penalizado”. E completou. “Vai ser um verdadeiro acidente se eu fechar, vai ser a coisa mais difícil da minha vida. Mas é torcer que os governantes nos ajudem, pois há necessidade do poder público ajudar. Se vier uma tábua de salvação mesmo com prego, a gente consegue chegar em terra firme, mas se não tiver, é o fim de uma história”, finalizou o depoimento emocionado. O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes, seccional Sergipe (Abrasel/SE), Bruno Dórea, disse que os empresários aguardam a reunião do Comitê Científico do governo. “Quem não fechou é porque não tem coragem de tentar outra coisa, mas está atolado em dívidas”, disse Dórea.

|Por Grecy Andrade
||Foto: Divulgação