06/06/2023 as 10:14

CRIME

SE registrou mais de 16 mil casos de trabalho infantil

O maior número de trabalhadores elementares atua na agropecuária

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

SE registrou mais de 16 mil casos de trabalho infantil

Seja nos semáforos, nas feiras, restaurantes, no campo, na indústria ou até mesmo, dentro de casa, milhares de crianças e adolescentes têm seus direitos à infância e à educação violados, ao serem obrigadas a trabalhar. A exploração do trabalho infantil é um problema de cunho social antigo no Brasil, necessitando, mais do que nunca, ser erradicada. Segundo dados da PnadC de 2019, um total de 16.846 crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade foram encontradas em situação de trabalho infantil em Sergipe.

Levando em consideração que a população estimada nesta faixa etária era de 471.088 naquele, o universo de crianças e adolescentes trabalhadores equivalia a 3,6% do total de crianças e adolescentes do estado, abaixo da média nacional que era de 4,8% do total. Esse é o dado mais recente que se tem divulgado referente à exploração do trabalho infantil no país. No entanto, é possível observar, diante dos Censos Demográficos do IBGE em anos anteriores, que esse número já foi muito maior e possui incidência ano após ano. Por exemplo, de acordo com o Censo de 2010, havia em Sergipe um total de 37 mil crianças e adolescentes de 10 a 17 anos ocupados. Em 2017, conforme o Censo Agropecuário do IBGE, Sergipe registrou situações de trabalho infantil em diversos municípios.

Em Gararu, por exemplo, 544 crianças e adolescentes estavam sendo sujeitas ao trabalho infantil em estabelecimentos agropecuários, sendo esta cidade a de maior número de menores nesta situação. Em seguida, Nossa Senhora da Glória, com 522 crianças e adolescentes explorados, e Poço Redondo, com 514.

De acordo com o auditor-fiscal do Trabalho e chefe de Fiscalização do Trabalho em Sergipe, Thiago Laporte, Aracaju foi o município sergipano com o maior número de estudantes que declararam trabalhar fora de casa, com 821 ao total, seguido por Nossa Senhora do Socorro (371) e Itabaiana (280). “De acordo com o Censo de 2010, em Sergipe havia 37,2 mil crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos ocupados. O primeiro do ranking era São Miguel do Aleixo, com 26,8% de nível de ocupação de crianças e adolescentes, seguido por Moita Bonita (25,1%) e Canhoba (24,8%)”, destaca o auditor. Ainda segundo o ele, o Censo 2010 demonstrou ainda um total de 2,1 mil crianças entre 10 a 17 anos em trabalho doméstico em Sergipe.

O auditor destaca que, de 2017 para cá, a Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), do Ministério do Trabalho e Emprego, vem realizando fiscalizações a fim de combater a exploração. “Foram realizadas 103 fiscalizações, em que foram encontradas diversas situações de trabalho infantil em Sergipe. Das 465 crianças e adolescentes encontradas neste contexto, 383 estavam trabalhando em feiras livres, outras 16 nos setores de alojamento/ alimentação e 16 pelo setor de comércio e reparação de veículos automotores e bicicletas.