25/07/2024 as 12:24

ACORDO

Governo federal busca saída para crise entre a Petrobras e a Unigel

Ministro diz em Aracaju que Brasil não pode depender da importação de fertilizantes

COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA

Governo federal busca saída para crise entre a Petrobras e a Unigel

O governo federal busca uma saída para o caso que envolve a Unigel e a Petrobras. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), afirmou que está trabalhando para manter o acordo de tolling com as duas fábricas de fertilizantes da Unigel localizadas em Sergipe, na cidade de Laranjeiras, e na Bahia, sob o argumento de que o Brasil não pode ficar “dependente” da importação do material.

Segundo a revista Carta Capital, as declarações do ministro foram dadas na cerimônia de abertura do Sergipe Oil & Gás, evento do setor realizado em Aracaju. O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macêdo, estava acompanhado do colega de governo na solenidade em Sergipe. “Estamos trabalhando com muito afinco para que os investimentos que foram feitos sejam mantidos e respeitados. O Brasil é conhecido no mundo como celeiro de alimentos da humanidade, e nós não podemos continuar dependentes de fertilizantes, em especial os fertilizantes nitrogenados”, afirmou Silveira. Ainda segundo Silveira, todos os investimentos que “a gente puder dar estabilidade para que eles continuem acontecendo no Brasil são fundamentais. A Unigel teve a coragem, investiu no Brasil, gera emprego e renda e uma solução precisa ser encontrada”. A empresa química Unigel está buscando um ressarcimento da Petrobras por prejuízos com a operação das duas fábricas de fertilizantes arrendadas (espécie de aluguel) pela estatal.

Uma carta com o pedido foi enviada pela empresa à petroleira. A demora na ativação do acordo de tolling (industrialização por encomenda) envolvendo as Fafens (fábricas de fertilizantes) de Camaçari e Laranjeiras é uma das queixas da Unigel no documento enviado à Petrobras em 20 de junho. A empresa sustentou que a falta de uma solução para a operação trouxe prejuízos expressivos. Uma semana depois, em 28 de junho, a Petrobras anunciou o rompimento do acordo. Segundo a estatal, o contrato não teve suas condições de eficácia atendidas dentro do prazo estabelecido. As Fafens de Camaçari e Laranjeiras entraram em operação em 2013 e juntas têm capacidade suficiente para atender 14% da demanda nacional da ureia. Ambas apresentaram resultado deficitário de 2013 a 2017. Foram paralisadas em 2018 e só retomadas com o arrendamento à Proquigel, subsidiária da Unigel, em 2019, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

No entanto, as plantas continuaram dando prejuízo depois do arrendamento. Com isso, a empresa paralisou as duas fábricas de fertilizantes no 2º semestre de 2023. Alegou prejuízos e falta de lucratividade. Trabalhadoras das duas plantas foram demitidos. Como o investimento em fertilizantes era uma cobrança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PL), a Petrobras fez um arranjo para viabilizar a retomada das fábricas no curto prazo.