22/01/2025 as 11:37
OPERAÇÃO FÊNIX FRAUDULENTAO prejuízo às instituições financeiras é superior a R$ 1,2 milhão.
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Nesta quarta-feira (22), a Delegacia Regional de Estância e o Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), em parceria com a Polícia Científica e o Procon/SE, deflagrou a Operação Fênix Fraudulenta para cumprimento de dois mandados de prisão e de 10 decisões judiciais de busca e apreensão contra integrantes de um grupo criminoso investigado por lavagem de dinheiro obtido em empréstimos bancários direcionados a empresas nas cidades de Estância, Itabaiana e Aracaju. Há também decisão judicial de busca sendo cumprida em Maceió (AL), onde funciona um dos escritórios do grupo criminoso. O prejuízo às instituições financeiras é superior a R$ 1,2 milhão.
Com os valores obtidos de forma fraudulenta, o grupo fazia a lavagem de dinheiro por meio da venda de celulares e de joias de ouro e da disponibilização de empréstimos em cartões de crédito. Em um único dia, o grupo chegou a movimentar R$ 120 mil. Além de lavagem de dinheiro, o grupo é investigado por estelionato, falsidade ideológica e organização criminosa.
Um dos investigados na operação costumava publicar conteúdos em redes sociais mostrando carros, caminhonete, jet ski e quadriciclo. É também alvo da operação um escritório de contabilidade responsável por criar empresas destinadas à prática do golpe e também por transferir a titularidade para laranjas.
Segundo o delegado Renato Tavares, as investigações tiveram início em torno de apurações sobre práticas de receptação e lavagem de dinheiro. “Com o aprofundamento da investigação, descobrimos um núcleo em Aracaju que fazia esses empréstimos”, contextualizou o delegado.
Após contraírem os empréstimos e receberem os valores, os integrantes do grupo criminoso passavam as empresas para nomes de laranjas e davam baixa nas empresas. “Quando as instituições financeiras iam fazer as cobranças não encontravam as pessoas responsáveis pelas empresas que contrataram os empréstimos”, complementou Renato Tavares.
Com os valores, os integrantes do grupo criminoso compravam celulares, joias de ouro e relógios para a revenda. A investigação identificou ainda um suspeito em Estância responsável por uma loja de celulares. “A empresa não tinha alvará de funcionamento junto à prefeitura e não emitia nota fiscal”, revelou o delegado.
Ainda no decorrer da apuração policial, a Delegacia Regional de Estância identificou um outro suspeito em Itabaiana. “Então, de Aracaju, surgiu Estância e Itabaiana, mas há outros vínculos em outras cidades sergipanas e também em outros estados”, especificou o delegado responsável pela investigação.
Além de utilizar a venda de celulares para lavagem de dinheiro, a investigação apurou ainda que o grupo criminoso criou empresas de venda de cursos para concursos, conforme relatou Renato Tavares. “Então abriram empresas com essa atividade para adquirir maquinetas de cartão de crédito”, ressaltou o delegado.
Mesmo com atividades de venda de celulares e de cursos para concurso a fim de lavar o dinheiro obtido nos empréstimos, o grupo criminoso ainda passou a atuar com empréstimos no cartão de crédito. “Assim, o dinheiro pego com os bancos ia para terceiros que pagavam para para o grupo pela maquineta”, explicou Renato Tavares.
As empresas criadas pelo grupo criminoso também possuíam dívidas com a Secretaria da Fazenda, já que vendiam aparelhos sem notas fiscais.
Para o assessor jurídico do Procon/SE, Arthur Santana, a ação conjunta também verificou casos de irregularidades e abusividade ao direito do consumidor. “O papel do Procon foi a averiguação da existência de licença de funcionamento, assim como também sobre a existência de notas fiscais de entrada e saída e se havia selos da Anatel, Além disso, verificamos se havia produtos roubados ou falsificados. O nosso intuito é trazer segurança para o consumidor”, evidenciou.
Nome da operação
A operação foi intitulada como Fênix Fraudulenta em razão da atividade do grupo criminoso, que criava empresas com vistas a adquirir empréstimos bancários. Após obterem os valores, os integrantes do grupo criminoso modificavam a titularidade da empresa e repassavam o dinheiro para outros locais, fazendo a lavagem dos valores. Assim, as empresas ressurgiram e houve a continuidade dos golpes.