11/08/2025 as 17:39
SEGUNDA EDIÇÃOIniciativa é fruto de convênio entre a Sejuc e a Universidade Federal de Sergipe, e oferece vagas na modalidade EaD
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Onze internos do Complexo Penitenciário Manoel Carvalho Neto (Copemcan), localizado no município de São Cristóvão, participaram no último domingo, 10, da segunda edição do processo seletivo para ingresso em cursos superiores na Universidade Federal de Sergipe (UFS), por meio da modalidade de Ensino a Distância (EaD). A iniciativa é resultado de um convênio firmado em setembro de 2024 entre a Secretaria de Justiça e de Defesa do Consumidor (Sejuc) e a UFS, com o objetivo de ampliar o acesso à educação superior para pessoas privadas de liberdade.
Os testes foram aplicados em uma sala da unidade prisional, sob responsabilidade da equipe da Coordenação de Concurso Vestibular (CCV) da universidade, com acompanhamento de policiais penais do complexo penitenciário. Nesta edição, os participantes concorrem a vagas de Licenciatura em História, Geografia, Biologia, Filosofia, Letras/Inglês e Letras/Português, todos oferecidos na modalidade EaD.
Em 2024, doze internos participaram da primeira edição do processo seletivo. Ao final da seleção, um deles foi aprovado no curso de Geografia. Atualmente, ele está no segundo ano da graduação, com desempenho acadêmico acima da média da turma, o que reforça o potencial transformador da iniciativa e serve de inspiração para os novos candidatos.
A diretora do Núcleo de Reinserção Social da Sejuc, Edjane Marinho, destacou os critérios adotados para a escolha da unidade prisional e dos participantes. “Escolhemos o complexo penitenciário por ser o maior em número de pessoas custodiadas com ensino médio completo, considerado critério fundamental para a demanda, e também pelo interesse dos internos. O objetivo é oferecer aos interessados em fazer a diferença, a busca uma formação acadêmica, e aí sim retornar à sociedade e concorrer em igualdade com outras pessoas a uma vaga no mercado de trabalho”, afirmou.
O resultado do processo seletivo será divulgado em até 30 dias. Para a coordenadora pedagógica do Copemcan, Hérica Matos, garantir o acesso à educação para pessoas privadas de liberdade é uma ação essencial no caminho da reinserção. “Viabilizar esse processo dentro do sistema prisional é mais do que oferecer uma oportunidade acadêmica. É oferecer dignidade, reconstrução de projetos de vida e a possibilidade real de transformação social”, concluiu.