Em 2024, o estado ainda tinha 840 mil moradores em situação de insegurança alimentar, sendo 83 mil situação grave.
COMPARTILHE ESTA NOTÍCIA
No ano de 2024, Sergipe apresentou a segunda maior queda percentual do país em relação aos domicílios em que havia algum grau de insegurança alimentar, ficando atrás apenas do Espírito Santo. Em 2023, o estado, que ocupava o primeiro lugar nacional, tinha 49,3% dos domicílios com insegurança alimentar. No ano passado, esse índice caiu para 35%. Apesar da queda de 27%, Sergipe é o 8° estado do país com maior percentual de domicílios com algum grau de insegurança alimentar. Os dados são do módulo Segurança Alimentar da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgado nesta sexta-feira (10) pelo IBGE.
De acordo com os dados, em 2024, em Sergipe, havia 297 mil domicílios com algum grau de insegurança alimentar. Desses, 199 mil estavam classificados como insegurança leve, 64 mil como moderada e 34 mil como grave. Em 2023, o número era de 409 mil domicílios com algum grau de insegurança alimentar, sendo 252 mil em grau leve, 111 mil em moderado e 47 mil em grave.
Em relação ao número de moradores, Sergipe também apresentou uma queda significativa de 35%, representando a segunda maior do país. O estado, que tinha, em 2023, 1.160.000 pessoas em situação de insegurança alimentar, passou a ter, em 2024, 840 mil, sendo 578 mil moradores em grau leve, 179 mil em moderado e 83 mil em grave.
Brasil
A quantidade de domicílios com pessoas com algum grau de insegurança alimentar caiu para 18,9 milhões, o que representa 2,2 milhões de lares a menos nessa condição entre 2023 para 2024. Proporcionalmente, o número de domicílios recuou de 27,6% para 24,2% nesse mesmo período, indicando que quase um em cada quatro domicílio ainda está em insegurança alimentar. Consequentemente, a proporção de domicílios em segurança alimentar aumentou de 72,4% para 75,8%.
Todos os três níveis de insegurança alimentar caíram de 2023 para 2024: leve, de 18,2% para 16,4%; moderada, de 5,3% para 4,5%; e grave, de 4,1% para 3,2%. Em relação ao nível grave, esse percentual representa 2,5 milhões de famílias que passaram por privação quantitativa de alimentos, que atingiram tanto adultos quanto crianças e adolescentes.
Pesquisa
Realizada por meio de uma parceria entre o IBGE e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, a pesquisa teve como referencial metodológico a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), que permite a identificação e classificação dos domicílios de acordo com o nível de segurança alimentar de seus moradores.
A pesquisa classifica a insegurança alimentar em três níveis: insegurança alimentar leve (preocupação ou incerteza quanto ao acesso a alimentos e redução da qualidade para não afetar a quantidade); a insegurança alimentar moderada (falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos entre adultos); e insegurança alimentar grave (falta de qualidade e redução na quantidade de alimentos também entre menores de 18 anos). Nessa insegurança alimentar grave, a fome passa a ser uma experiência vivida no domicílio.