27/10/2025 as 08:25
ENTREVISTAEm entrevista ao Jornal da Cidade, o parlamentar fez um balanço de sua atuação na atual legislatura, destacou projetos de lei aprovados que viraram referência nacional e avaliou o cenário político do estado.
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Por Mayusane Matsunae
No sétimo mandato na assembleia legislativa de sergipe, o deputado estadual Garibalde Mendonça (PDT) garante estar preparado para disputar a reeleição em 2026. Em entrevista ao Jornal da Cidade, o parlamentar fez um balanço de sua atuação na atual legislatura, destacou projetos de lei aprovados que viraram referência nacional e avaliou o cenário político do estado. O parlamentar também falou sobre a fragilidade atual do PDT em Sergipe, que perdeu a prefeitura de Aracaju e viu o vice-governador migrar para o psb, restando apenas sua cadeira na casa legislativa e alguns vereadores na capital. Confira o conteúdo completo:
JORNAL DA CIDADE - Deputado, estamos chegando ao final deste mandato. Como o senhor avalia sua atuação nestes quase quatro anos na Assembleia Legislativa de Sergipe?
GARIBALDE MENDONÇA – Como em todas as legislaturas, desde o meu primeiro mandato, sempre busquei atender às demandas da população que precisa de nossa atenção e de um bom desempenho no parlamento. Com essa responsabilidade, sou autor de inúmeras indicações que foram materializadas pelo Poder Executivo, atendendo demandas como recuperação de estradas, reformas de escolas, assistência social, apoio ao esporte e aos atletas, investimento na cultura e tantas outras atuações realizadas com sucesso.
JC – Quais foram as principais pautas e bandeiras que o senhor priorizou durante este período?
GM – Por incrível que pareça, a pauta mais discutida na atual legislatura tem sido a que trata dos limites entre Aracaju e São Cristóvão pela Zona de Expansão. Pois bem, essa discussão acontece por consequência da minha manifestação no meu primeiro mandato. Sendo assim, posso assegurar que essa é uma pauta que sempre esteve entre as minhas prioridades, com o objetivo de resolver esse conflito territorial definitivamente.
JC – Quantos mandatos o senhor possui na Assembleia? Qual deles foi o mais desafiador e por quê?
GM – Estou no sétimo mandato. No entanto, asseguro que todos são desafiadores. Cada um tem um perfil diferente, que depende da formação da Casa com seus membros titulares eleitos pelo povo e que trazem pautas factuais de acordo com as necessidades dos eleitores.
JC – Há alguma votação ou posicionamento específico neste mandato que o senhor considera um marco da sua trajetória política? GM – Não há posicionamento e votação específicos neste ou noutro mandato. O que há é o tamanho da responsabilidade que, não apenas eu, mas todos os parlamentares têm com seu comportamento diante, principalmente, de quem os elegeu, dando confiança para representá-los.
JC – Quais projetos de lei de sua autoria o senhor destacaria como mais relevantes para a população sergipana?
GM – Há um projeto de lei de minha autoria aprovado e sancionado que, depois, passou a ser lei federal, em razão de ter sido apresentado e aprovado também na Câmara Federal. Esse projeto obriga as empresas prestadoras de serviços de energia, água, telefonia, provedores de internet e outros a emitirem uma Certidão de Quitação Anual no primeiro mês do ano subsequente, desobrigando o usuário de guardar os comprovantes do ano anterior, que antes só perdiam validade de comprovação após cinco anos. Além desse, tenho outros, como o que obriga o exame de fundo de olho em recém-nascidos; o que obriga a identificação do intermediário na compra e venda de imóveis (corretor), a título oneroso, na escritura pública; outro que garante o direito das pessoas com deficiência visual de receberem boletos de pagamento confeccionados no Sistema Braille; o que reconhece as quadrilhas juninas, o ritmo forró e a renda irlandesa de Divina Pastora como patrimônios culturais e imateriais de Sergipe; e tantos outros que atingem todos os segmentos da sociedade.
JC – Algum desses projetos já foi aprovado e está em vigor? Qual o impacto prático dessas propostas?
GM – Todos aprovados são leis e impactam, sim, cada um com sua especificidade na prática, considerando que, até então, não existia regramento, assim como reconhecimento dos valores que cada projeto tinha por objetivo.
JC – O senhor enfrentou dificuldades para aprovar alguma proposta importante? Por quê?
GM – Sempre operei com muito diálogo, tirando dúvidas quando surgiam, e, por essa razão, minhas proposituras não tiveram até aqui qualquer tensionamento para serem aprovadas.
JC – Como o senhor avalia a gestão do governador Fábio Mitidieri até aqui? Quais são os principais acertos e eventuais pontos de crítica?
GM – O governador Fábio Mitidieri é um gestor moderno, eficiente e que tem um olhar voltado para o futuro, com pautas atuais que tratam, principalmente, de mobilidade urbana – nesse aspecto, destacamos as obras das pontes de seu governo. Além disso, podemos inserir o avanço do turismo em nosso estado, do Programa Sergipe é Aqui, que leva os serviços do estado para mais perto da população, e as obras em execução em diversos municípios.
JC – Como tem sido a relação com o Executivo estadual? Há diálogo institucional?
GM – O diálogo com o Executivo é uma necessidade permanente entre os poderes, até pelo fato de que muitas demandas projetadas pelo Executivo precisam da aprovação do parlamento. Nesses casos, o diálogo prévio facilita o entendimento dos parlamentares e as matérias tramitam rapidamente.
JC – Em quais temas o senhor tem se posicionado favoravelmente ou contrariamente às iniciativas do governo estadual?
GM – Como disse um pouco antes, não é sobre ser favorável ou contrário às iniciativas do governo, é sobre convencer. Daí também ter dito que a necessidade do diálogo deve ser permanente.
JC – Como o senhor enxerga o atual cenário político de Sergipe pensando nas eleições de 2026?
GM – Enxergar o cenário político atual não traz certezas de ser o mesmo em 2026. Os movimentos são muitos no ambiente estadual, além dos acordos que são feitos pelos líderes partidários nacionais e que refletem nos estados. Hoje há o governador, que deverá tentar sua reeleição, e outras possibilidades de candidaturas que ainda estão bem indefinidas, o que dificulta fazer esse diagnóstico de futuro.
JC – O PDT já está se movimentando para definir estratégias eleitorais no estado? Qual deve ser o papel do partido no próximo pleito?
GM – O PDT, no meu entendimento, precisava ter se movimentado um pouco mais atrás, visando ao seu crescimento. Finalizamos a eleição passada com um vice-governador e um deputado estadual, e já tínhamos a Prefeitura de Aracaju e alguns vereadores na Câmara Municipal. Hoje já não temos a Prefeitura de Aracaju e o vice-governador migrou para o PSB. Portanto, resta uma cadeira na Assembleia Legislativa, ocupada por mim, e mais alguns vereadores na Câmara Municipal da capital. Como estrutura de partido para disputas proporcionais, como deputado estadual ou federal, acho que, até agora, não está estruturado para uma competitividade como toda eleição exige.
JC – O senhor pretende ser candidato à reeleição para a Assembleia Legislativa em 2026?
GM – Embora esteja no sétimo mandato, lhe asseguro que estou pronto, preparado e querendo continuar representando o povo do meu estado, se assim Deus me permitir e o povo renovar sua confiança na minha representação. Que assim seja!
JC – Se sim, quais serão as principais propostas da sua campanha? O que ainda precisa ser feito por Sergipe? Caso não seja candidato à reeleição, há outros planos políticos para 2026?
GM – Minha principal proposta é, e sempre será, a responsabilidade de não decepcionar o povo de Sergipe. Faço política com “P” maiúsculo e não me envergonho de ser político. Para Sergipe sempre faltará algo, pois quem trabalha pensando em desenvolvimento não pode dizer que não falta mais nada. Da minha parte, o propósito é continuar apoiando a cultura e o esporte, cujo reconhecimento é da própria secretária, Mariana Dantas, o que aumenta ainda mais minha responsabilidade. Além disso, desejo imprimir mais ritmo no atendimento às solicitações populares que nos chegam a todo instante e, por isso, enfatizo: estou pronto, preparado e querendo dar o melhor de mim pela qualidade de vida de nossa gente.