16/07/2019 as 09:59

Canções e árias de ópera

Teatro Atheneu recebe ‘Vozes para o Infinito - Recital de Canto e Piano’

A soprano Marília Teixeira e o pianista Achille Picchi apresentam canções e árias de ópera de compositores brasileiros e estrangeiros.

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Teatro Atheneu recebe ‘Vozes para o Infinito - Recital de Canto e Piano’Foto: Reprodução/Internet

Num repertório de surpresas sonoras, com a execução de canções e árias de ópera de compositores brasileiros e estrangeiros, dos mais variados períodos da história da música universal, a soprano Marília Teixeira e o pianista Achille Picchi apresentam ‘Vozes para o Infinito - Recital de Canto e Piano’ nesta quarta, 17, no Teatro Atheneu, a partir das 20h30. A noite de música erudita destinará parte da renda para as obras sociais do Instituto Salto Quântico.


Parceiros de outros encontros musicais, Marília e Achille compartilham da admiração e talento, sendo que será a estreia do pianista nos palcos da capital sergipana. “Nós já nos apresentamos juntos duas outras vezes, em Curitiba, durante a programação oficial do Primeiro Festival Internacional de Canto de Curitiba (FICC 2015) e do II Festival de Ópera do Paraná (FOP 2016). Um privilégio poder cantar com Achille ao piano, novamente. É um músico brilhante, além de uma pessoa maravilhosa. É a primeira vez que ele se apresentará aqui, em Aracaju. Quanto ao repertório, a sequência das músicas está instigante, por conta desta proposta.

Certamente que tudo baseia-se na filosofia do Instituto Salto Quântico, que defende a espiritualidade com ou sem religião”, destacou a soprano.


Sobre a idealização e concepção do recital, da escolha das canções ao nome e ‘vozes’, Marília fala sobre as inspirações e reflexões necessárias, entre artista, música e público. “Em 1996, organizei o primeiro concerto com cantores líricos de Sergipe, e o título do recital foi Vozes para o Infinito. Benjamin Teixeira de Aguiar, meu querido e amado irmão do corpo e do espírito, e orientador espiritual, fez a abertura dessa apresentação. Aliás, esse título foi ideia dele. Neste ano, apesar de utilizar o mesmo título, as vozes às quais me refiro, agora, são os variados aspectos da nossa personalidade, em especial os da feminilidade, que existem em todo ser humano, independentemente de gênero, idade, raça etc. O infinito é o propósito que procuramos dar”, explicou.


Apesar do desejo inicial de estender o número de apresentações a outras localidades, por motivos alheios às vontades artísticas, Marília destaca a exclusividade do evento em Sergipe. “Fez parte do projeto inicial irmos para capitais vizinhas. Infelizmente, quando a crise econômica se instala, a primeira categoria a sofrer é a cultural, equivocadamente compreendida como investimento supérfluo. Portanto, Sergipe e Aracaju terão exclusividade’, disse.

Público
Ao público cativo da música erudita em Sergipe, a soprano Marília Teixeira destaca a acessibilidade ao evento do gênero, seja no ambiente do teatro ou em praça pública. “A população não tem é o devido acesso à música erudita. O habitat natural é o teatro e as salas de concerto, o que, pela própria natureza desses ambientes, torna seu público bastante elitizado, independentemente do custo do ingresso. Um bom filtro para avaliar isso são os concertos em praça pública, sempre enchem de gente. Para estar na rua, não é necessário nenhum tipo de preparação. Como exemplo, cito que, uma vez, perguntei a um pipoqueiro, que trabalhava na porta do teatro, porque ele não entrava para assistir. No caso, o acesso era, inclusive, gratuito. Ele disse que não estava vestido adequadamente para entrar. Portanto, todo projeto cultural, que dê oportunidade de acesso indiscriminado às pessoas, deve ser, sempre, bem-vindo. Isto não precisa ser feito, necessariamente, no meio da rua, que tem “n” implicações técnicas. Existem muitas formas disto ser feito, há muitos projetos interessantes Brasil afora”, afirmou.

Por Gilmara Costa/Equipe JC