14/08/2019 as 09:02

Cultura

Orquestra Sinfônica de Sergipe retoma o projeto “Cantos do Brasil”

O grupo concentrará as performances na obra do mais importante compositor brasileiro de todos os tempos, Heitor Villa-Lobos.

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Orquestra Sinfônica de Sergipe retoma o projeto “Cantos do Brasil”Foto: Divulgação

Amanhã, 15, a Orquestra Sinfônica de Sergipe, sob a regência de seu diretor artístico maestro Guilherme Mannis, retoma o projeto “Cantos do Brasil”: concerto inteiramente dedicado à música nacional. Nesta edição, o grupo concentrará as performances na obra do mais importante compositor brasileiro de todos os tempos, Heitor Villa-Lobos, com a interpretação de duas de suas mais importantes obras: Bachianas Brasileiras nº 4 e 5, em versão para grande orquestra de John Krance. Completam o programa a abertura da ópera “O Garatuja”, de Alberto Nepomuceno, e a obra “Alá”, do compositor baiano e professor da Universidade Federal da Bahia, Paulo Costa Lima.


O concerto, com início às 20h30, será realizado no Teatro Atheneu, e os ingressos, a preços populares, já estão disponíveis em sua bilheteria. A Orsse é uma realização do Governo de Sergipe, por meio de sua Fundação de Cultura e Arte Aperipê.


Valorizar a cultura local e brasileira tem sido uma das vocações da Orquestra Sinfônica de Sergipe. Especificamente em relação às Bachianas Brasileiras, de Heitor Villa-Lobos, trata-se de nove composições escritas a partir de 1922. Nesse conjunto de obras, escritas para diversas formações, Villa-Lobos fundiu material folclórico brasileiro, em especial a música caipira, às formas pré-clássicas no estilo de Bach, com a intenção de se construir uma versão brasileira dos Concertos de Brandemburgo. Todos os movimentos das Bachianas, inclusive, receberam dois títulos: um bachiano, outro brasileiro. São trechos famosos de Bachianas, além da Toccata, também chamada de “O Trenzinho do Caipira” (nº 2), o Coral (O Canto do Sertão) e a Dança (Miudinho) (nº 4), e a Ária (Cantilena), que abre as Bachianas nº 5.


Já em relação à peça “Alá”, do compositor baiano Paulo Costa Lima, a obra se inspira num tradicional gesto afro-baiano, algumas vezes presente na Festa do Bonfim (Oxalá): a utilização de um pano branco como dossel, dando destaque e reverência às pessoas que caminham sob ele. Sendo assim, a partir de gestos (fragmentos) melódicos também derivados de cantigas afro-brasileiras, vai se compondo um painel sonoro buscando fluidez e vibração de cordas simpáticas. O desfile faz uma breve pausa para descansar na sombra de uma árvore, ali nas imediações do bairro de Roma, onde viveu Irmã Dulce, quando acontece um belo solo de fagote.


Completa o programa a peça “O Garatuja” (1904), uma abertura de ópera inacabada do compositor Alberto Nepomuceno, cuja proposta principal, nesta obra, é a de mesclar características da música popular brasileira aos cânones românticos de composição e orquestração.