02/12/2019 as 09:32

ENTREVISTA/BANDA ORDINALS

‘Sempre é um desafio fazer uma boa música’

Com nova formação, a banda sergipana de post-hardcore, Ørdinals, lançou novo EP nas plataformas de streaming e, agora, se prepara para o show de estreia no próximo dia 6, no Taberna Rock Bar

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Com nova formação, a banda sergipana de post-hardcore, Ørdinals, lançou novo EP nas plataformas de streaming e, agora, se prepara para o show de estreia no próximo dia 6, no Taberna Rock Bar. Intitulado ‘Gravidade’, a banda se reinventa com composições em português, numa redenção à língua pátria e trocando ideias com o público já cativo, num diálogo ainda mais aproximado entre som e letra. São seis faixas inéditas e autorais. Formada por Anderson Kabula (guitarras e voz), Gustavo Andrade (baixo e voz), Murillo Viana (guitarra e voz) e Paulo Bira (bateria e voz), a banda existe há três anos e os dois trabalhos anteriores ‘Ørdinals’ (2016) e ‘Train’ (2017) apresentam composições autorais em inglês. Foi sobre o novo momento do quarteto que Anderson Kabula conversou com o JORNAL DA CIDADE. Boa leitura!

 

Jornal da Cidade - Quem chegou à nova formação da banda Ørdinals?

Anderson Kabula - O único integrante novo se chama Murillo Viana que faz a segunda guitarra na banda. O restante permanece desde o início da banda e primeira formação.

 

JC - Como surgiu a busca e o convite aos integrantes? 

AK - Antes éramos um power trio e, através de um convite para fazer a segunda guitarra em um show específico com a banda de São Paulo “ Bullet Bane”, aqui em Aracaju, chamamos Henrique Bonaspesti para, somente neste show, nos ajudar a levar mais um “peso” na segunda guitarra e curtimos muito que convidamos para somar na banda. Porém, devido aos trabalhos pessoais, e também de outra banda, a “Running Back”, tinha a questão do tempo e ele preferiu sair, deixando espaço para que outra pessoa pudesse contribuir mais conosco. Foi então que surgiu o nome de Murillo Viana, que está na cena Hardcore há muitos anos. É um grande amigo e, desde então, acabou ficando na banda.

 

JC - A chegada da nova formação foi simultânea com a ideia de compor em português? 

AK - A ideia já estava acontecendo antes mesmo de virarmos um quarteto. As músicas para este novo EP estavam ainda sendo produzidas, melodias, riffs etc... E, no processo de composição, estávamos com esta ideia de redirecionar a língua como um teste. Após as músicas “sem letras” estarem prontas, começamos a testar do inglês para o português como iria se adequar sem perder a nossa característica e que não soasse tão clichê.

 

JC - O que levou a banda a se render à língua pátria nesse EP? 

AK - Um fator importante que estamos percebendo é a interação do público que curte o nosso som. Antes os elogios eram recebidos como “sua banda é massa, faz um som bem bonito”, hoje já percebemos que, nas letras, há certa identificação e muita gente já percebe a mensagem que queremos passar. Nossa intenção era essa: fazer com que, nos shows, as pessoas entendam a nossa mensagem.

 

JC - Foi mais um desafio natural ou uma necessidade gritante do fazer música?

AK - Sempre é um desafio fazer uma boa música. Uma música com letras em português, onde há uma compreensão rápida, é preciso que tenha pelo menos uma ideia fixa daquilo que se quer passar. Falando de música conceitual, todas as nossas letras têm um sentido. Elas falam muito de coisas abstratas e vivências nossas passadas e do cotidiano. São letras que, somadas às melodias, procuramos encaixar bem e transmitir um sentimento em cada verso, estrofe e refrão.

 

JC - Como descreve a cena do post-hardcore em Sergipe? 

AK - Acredito que somos os únicos com essa pegada mais post-hardcore, post-grunge. Temos uma cena muito boa que está fazendo barulho por aí com muitas bandas bacanas de hardcore. Todo mundo tem procurado fazer algo para manter ela viva. Isso é bom! Bandas novas chegando, bandas mais antigas retomando alguns trabalhos e isso nos deixa mais fortes para contribuir e somar com essa galera que quer fazer acontecer sempre.  

 

JC - Já com o lançamento nas plataformas digitais, como tem sido a receptividade do público até o momento?

AK - Percebemos que muitas pessoas estão se identificando com o disco novo. Isso é muito gratificante saber que as melodias, as letras em português, estão dando certo. Como estávamos dispostos a arriscar, disponibilizamos na internet para todos e aguardamos como seria a receptividade. E temos visto em nossas mídias sociais as pessoas que nos seguem, além de amigos e familiares, compartilhando da nossa música, seja ouvindo no carro, em casa ou no trabalho, incentivando essa nova “mudança” de língua e a continuar e fazer mais músicas sem perder a “pegada” e a proposta da banda.

 

JC - Há previsão de lançamento 'ao vivo'? 

AK - O lançamento será na próxima sexta, 6, às 21h, no Taberna Rock Bar, com as bandas Ausculta, Ideal e Running Back. Neste mesmo show, estaremos com um telão para apresentar, em primeira mão, o nosso primeiro clipe que estará disponível nas principais plataformas de streaming de vídeo do clipe da música “Respirar a Cor”, a primeira música que abre o disco “Gravidade”. Além disso, estaremos com nosso material de merchandising referente ao novo EP disponível, com camisas e cd’s à venda.

 

 

| Repórter: Gilmara Costa

|| Foto: Divulgação