04/12/2019 as 09:40

CULTURA

Rebecca Melo apresenta 'Os sambas Delas'

Show acontece na próxima sexta, 6, no Café da Gente

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Numa celebração ao Dia Nacional do Samba, comemorado em 2 de dezembro, Rebecca Melo apresenta, na próxima sexta, 6, o show “Os Sambas Delas”, no qual interpreta canções imortalizados nas vozes de três grandes referências femininas da música brasileira: Maria Rita, Marisa Monte e Roberta Sá. Na companhia de Denisson Cleber no violão e direção musical e da percussão de Ismark Nascimento e Sidiclei Santos, ela sobe ao palco do Café da Gente, onde também recebe a presença especial de Lari Lima, Samba de Moça Só e Samba de Salto.

“O repertório de Os Sambas Delas foi montado há exatamente um ano, para ser lançado no fim de semana em que se comemorou o Dia Nacional do Samba, quando o apresentei no Brother’s e no Jobim. Foi concebido num período de pausa do grupo Nanã Trio para descanso, após o intenso ciclo junino de 2018. A ideia nasceu de uma vontade muito íntima de interpretar os sambas que ficaram marcados nas vozes dessas três grandes intérpretes, que são referências musicais femininas para mim e que me inspiram desde quando eu ainda nem sabia que cantava. Primeiro veio Marisa, depois Maria Rita e, mais recentemente, Roberta Sá”, explicou Rebecca Melo.

Imersa no mundo sonoro das intérpretes, Rebecca fez uma escolha acertada e coerente para a execução de um repertório representativo do gênero musical e também das vozes femininas que cantarolaram. “O preparo do show envolveu uma pesquisa minuciosa pela discografia dessas três intérpretes, que ao longo da sua história emprestaram o seu talento para imortalizar grandes canções de compositores diversos, como Arlindo Cruz, Jorge Aragão, Jorge Ben, Paulinho da Viola, Pedro Luís, Serginho Meriti, Miltinho, Roque Ferreira, Cartola etc. Entre as obras de Marisa Monte que emprestaram canções para este repertório, temos ‘MM’ (1989); ‘Verde Azul Anil, Cor de Rosa e Carvão’ (1994); ‘Memórias Crônicas e Declarações de Amor’ (2000); e ‘Universo ao Meu Redor’ (2006). A parte do repertório de Maria Rita foi quase toda extraída do ‘Samba Meu’, porque sou muito apaixonada por esse álbum. E Roberta Sá entrou com algumas canções do ‘Braseiro’ (2005); e outras tantas do ‘Quando Canto é Reza’ (2010) que ela gravou om o Trio Madeira Brasil”, disse.

Numa reafirmação da presença da cantora Marisa Monte, ela demonstra a admiração inspiradora que a compositora desperta e a necessidade de evidenciar a passagem da artista pelo samba. “Marisa Monte foi o meu amor primeiro, entre as três. Mas não foi só por isso. Ao longo da sua carreira ela deu vida a alguns clássicos do samba com interpretações marcantes, como ‘Preciso me Encontrar’, de Cartola; ‘Dança da Solidão’ e ‘Para Ver as Meninas’, de Paulinho da Viola; ‘De mais ninguém’, de Nelson Gonçalves; além de ter dedicado um álbum inteiro ao estilo, que é o ‘Universo ao Meu Redor’ (2006) – que inclusive foi premiado com um Grammy Latino, como Melhor Álbum de Samba. Para dar luz a este álbum, ela fez um mergulho profundo, a partir do convívio com a Velha Guarda da Portela, na atmosfera do samba, trazendo para o álbum os seus assuntos mais frequentes, como ela mesma mencionou: “O amor, a natureza, a própria música, a condição humana, o canto dos passarinhos, o quintal, o convívio através da arte”. Sua passagem pelo samba também merece reverência, ao meu ver”, disse.

 

O show

Num reverenciar de amizade e talento, Rebecca Melo destaca os embarcados nesse projeto. “Na banda, trago comigo novamente o violonista e baixista Denisson Cleber, que assina a direção musical e os arranjos do show. Denisson é um grande músico, com quem tenho a alegria de ter uma parceria bastante produtiva desde que voltei a cantar, há cinco anos, e que também empresta o seu enorme talento aos projetos do Nanã Trio. Da mesma forma, os percussionistas incríveis Ismark Nascimento e Sidiclei Santos (que estão com Nanã Trio no repertório ‘Mungunzá’ e são músicos da Orquestra Sinfônica de Sergipe) trazem todo o seu swing e expertise rítmica para Os Sambas Delas. Posso dizer que estou muito bem acompanhada e que, com essa formação, me sinto totalmente à vontade para me conectar com as intérpretes a quem me proponho a reverenciar”, ressaltou.

Sobre o compartilhar de palco, participações que se reencontram na musicalidade e no movimento da presença feminina nas mais diversas manifestações culturais. “Este semestre foi marcado pelo Encontro Nacional de Mulheres na Roda de Samba, que fez nascer um movimento muito bacana, cheio de carinho, amor e sonoridade. Temos nos encontrado sempre, buscando apoiar umas às outras e fortalecer a ocupação do espaço da mulher na música, e no samba especificamente, que costuma ser um meio muito masculino. Nasceu, assim, um bem querer muito grande por essas mulheres, que vêm marcando a cena e superando as dificuldades através com o seu talento e representatividade. Por isso, nesta edição, convidamos as meninas do Samba de Moça Só, do Samba de Salto e a cantora e compositora Lari Lima – manas admiráveis e verdadeiramente inspiradoras, que sempre terão espaço no nosso palco”, falou.

 

 

| Reportagem: Gilmara Costa

|| Foto: Pritty Reis