Banda Reação prepara transmissão ao vivo

Daqui a cinco dias chega ao fim a campanha colaborativa lançada em fevereiro pela banda Reação na plataforma Benfeitoria para o financiamento do novo disco oficial. A meta de R$ 10 mil teve apenas 24% arrecadado até o momento. O isolamento social, para além da distância dos palcos, desencadeou o afastamento da venda de bottons, discos e outros acessórios, no corpo a corpo entre artista e público – dos fãs, passando
por admiradores e chegando aos novos ouvintes conquistados. Os números correm contra o tempo “desacelerado” (em casa!) e no enfrentamento de “cada dia com a sua agonia” os integrantes somam as faltas, compartilham o pouco e multiplicam, com tranquilidade peculiar, o pensamento positivo como uma meta coletiva.

“Ninguém imaginava que tudo isso fosse acontecer. Lançamos a campanha e logo depois surgiu essa necessidade do isolamento social e então complicou um pouco essa ação que fizemos para pagar parte dos custos da gravação no estúdio Toca do Bandido, no Rio de Janeiro. Isso porque através de Marcelo Falcão conseguimos fechar uma parceria com o Felipe Rodarte e a galera do estúdio confiou na gente para realizar esse
pagamento com maior flexibilidade. Só que a realidade mudou, o nosso público é o trabalhador informal e a sabemos que o momento não está favorável. Mas já estamos viabilizando outras formas de arrecadar grana e redefinindo outras estratégias para a chegada desse novo som”, explicou o baixista Ras Lau.

Com quase 23 mil seguidores no perfil do Instagram, uma regra de três aponta que se 2,9%, ou seja 667 seguidores, contribuíssem com a cota mínima de R$ 15, a banda Reação conseguiria alcançar a meta com sucesso. Dessa maneira, a conta fecha, mas o momento o atual de confinamento é a pedra no caminho. “Acontece isso e podemos perder já o valor arrecadado, pois serão restituídos aos benfeitores. Mas, é isso. É o
sistema. E a gente entende, pois nós mesmos temos nos ajudado, pois está difícil. A gente não está podendo ir para a rua vender os nossos discos e bottons. O valor que a gente tem que repassar ao estúdio é R$ 25 mil. Colocamos a meta de R$ 10 mil, para então fazer outra ação. E é o que pretendemos fazer nos próximos meses para que possamos já lançar duas músicas até julho”, revelou Ras Lau.

O disco
Sem lançamento de disco desde 2008, na calmaria da produtividade criativa da banda, o novo disco que ainda não tem titularidade definida possui dez canções que revelam o cotidiano, expressam a existência da força e a transcendência da fé. “São dez músicas lindas e inéditas, que mostram a nossa essência. Uma delas foi bastante elogiada pelo Marcelo Falcão, que já disse que vai regravar. São canções que fizemos ao longo desse
tempo, amadurecendo nosso som, como a gente vê e vivencia o mundo. A gente gravou no Rio de Janeiro em outubro e fizemos alguns shows lá e todos adoraram muito o nosso trabalho, confiaram no projeto e ele vai chegar”, disse Ras Lau.

Com um calendário ainda impreciso de lançamento, o baixista da banda Reação destacou os desejos do grupo. “Por mim, a gente já lançaria logo algumas canções para a galera já ir curtindo e quando tudo voltar ir para o show cantando. Mas precisamos efetuar o pagamento do estúdio e eles também estão sem editor lá, devido ao isolamento. Mas a nossa vontade era de, no mês de julho, já lançar duas músicas. E a partir de então colocar em prática as nossas estratégias de divulgação que estão definidas, assim como a ações que pretendemos nos próximos dias, ainda nesse período
de isolamento social”, falou.

Ras Lau se refere às lives e outras iniciativas que possam contribuir com o enfrentamento dos artistas durante o período atual. “Fizemos uma live surpresa, pois queríamos ver a resposta do público e foi muito bacana. Por isso, seguindo as recomendações de combate, iremos fazer uma outra com o objetivo de arrecadar alimentos para ajudar nossas famílias e também estamos pensando numa outra ação para arrecadar dinheiro também. A gente está definindo a data e vamos divulgar para que todos possam se divertir e também nos ajudar, e ajudar o próximo”, afirmou.

E na positividade da fé e luta, o baixista ressalta a importância de manter o isolamento social efetivo e sanidade mental. “Vamos cultivar, mentalizar o pensamento positivo para a imunização mental e quando tudo isso passar, pois vai passar, vamos voltar aos palcos com muita alegria e energia”, disse.

Por Gilmara Costa – da Equipe JC
Foto: Divulgação