24/11/2020 as 10:27

CULTURA

IV Xirê da Consciência Negra começa hoje, 24

Na mesa de abertura do evento, a discussão abordará a ‘filosofia africana como contributo para as comunidades de terreiros’

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Hoje, 24, acontece a abertura da quarta edição do Xirê da Consciência Negra, no formato virtual por conta das restrições impostas pela pandemia, com debates e apresentações artísticas transmitidas por meio da página do Ilê Axé Alaroke no Facebook (@Alaroke), com a participação de palestrantes renomados no país. A iniciativa, realizada em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra – celebrado em 20 de novembro, é voltada a adeptos de religiões de matriz africana, pesquisadores, integrantes do movimento negro e demais interessados da sociedade civil na luta contra o racismo e a intolerância religiosa. De acordo com Ramon Odé Kínikò, ogan do Alaroke, que integra a equipe de organização do evento, o objetivo é compartilhar conhecimento e fomentar o empoderamento das comunidades tradicionais de terreiro. “É importante trazer o tema ao debate, pois a intolerância religiosa infelizmente ainda é uma realidade no país e está diretamente relacionado ao racismo. Porque nossa religião é de preto. Nossa crença vem dos povos originários de África.

E é por isso que os adeptos das religiões de matriz africana são as principais vítimas desta intolerância”, explicou. A Mesa de Abertura do evento, que acontece no dia 24, às 19h, apresenta para discussão a Filosofia Africana como Contributo para as Comunidades de Terreiros, com o doutor em Bioética e professor da Universidade de Brasília (Unb) Wanderson Flor; o doutorando em Filosofia Valter Duarte e o doutorando em Estudos Étnicos e Africanos João Mouzart. Às 21h30, será exibida uma apresentação musical do Afoxé DiPreto. Já no dia 25, a programação começa às 14h, com Comunicações Coordenadas sofre Artes Afrocentradas, com Breno Loeser, Díjina Torres, Lina Delé Nunes, Michelle Pereira e Mãe Mary. Às 19h, a mesa fica por conta de Juracy Júnior XaguiThiago/Divulgação nandji, que é mestre em Ciências da Religião e babalaxé do Ilê Axé Alaroke; e do doutor em Política Social pela Unb Carlos Alberto Obá Moxeí, que vão tratar sobre Povos de Terreiro, Comunidade e Ancestralidade.

A intervenção artística será do Mc e poeta Wesley Pardal. No dia 26, o Xirê acontece a partir das 14h, com apresentação de projetos e ações socioeducacionais desenvolvidos por terreiros de Sergipe e parceiros, com o doutor Ilzver Matos e a Comissão de Liberdade Religiosa da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional Sergipe (OAB/SE). Dentre os projetos a serem mostrados estão A Escola Vai ao Terreiro (Ilê Axé Alaroke); Olope Griots, Oxê e Idará (Sociedade Omolàyié); Xangô Menino (Comunidade Ojú Ifá); Casa Mar Vai à Escola e Cine Omiró (Casa Mar); Preservando o Axé (Centro de Umbada Caboclo Tupy) e Mídia Livre Os Caatingas (Centro Cultural Erukerê). Às 19h, haverá uma Mesa para debater Educação Intercultural, Educação nos Terreiros e Protagonismo Negro, com a doutora em Educação Stela Caputo, que é coordenadora do grupo de pesquisa Kékeré UERJ, com crianças de terreiro; a doutora Vanda Machado, que criou o Projeto Político Pedagógico ‘Irê Ayó’ na Escola Eugenia Anna dos Santos, no Ilê Axé Opô Afonjá (Salvador/BA); o mestre em Ciências da Religião Ramon Odé Kínikò e o jornalista Tiago Rogero, vencedor do 42º Prêmio Vladimir Herzog (2020) com o podcast Negra Voz. Para encerrar, os participantes poderão acompanhar uma apresentação musical da percussionista Dani Baixa e um espetáculo de dança de Michelle Pereira.