10/08/2018 as 16:17

Economia

Economia em Sergipe segue a passos lentos, diz Acese

Só em 2020 a economia brasileira deve retornar ao nível de 2014.

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O país enfrenta uma dura crise econômica financeira que se arrasta por anos e segue a passos lentos para a recuperação. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas, o país deve retornar ao nível do PIB (Produto Interno Bruto) que tinha em 2014, quando a crise teve início, somente em 2020. Em Sergipe o cenário não é diferente do nacional, e há quem diga que pode ser até mais grave em alguns aspectos, tendo recuperação ainda mais lenta do que no restante do país.

É o que acredita o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Sergipe (Acese), Marco Pinheiro. Segundo ele, há situações muito preocupantes para o Estado, a exemplo da desestabilização da Petrobras que vem desativando investimentos e desacelerando setores da econômica.

“Hoje temos menos petróleo, tivemos perdas na citricultura, porque a região centro-sul do estado deixou de ser a grande produtora de laranja, a indústria do cimento perdeu com o fechamento da Nassal. Não temos perspectivas econômicas para melhorar o setor de comércio e serviços. Ou seja, Sergipe está, em algumas situações, mais grave do que o Brasil”, salienta Pinheiro.

Segundo a FGV, a recuperação atual está muito lenta se comparada a outros períodos após recessões longas que o país passou em décadas passadas. O crescimento médio atual está em 0,5% do PIB por trimestre, o que significa que se o ritmo for mantido, demorará mais 11 trimestres para atingir o nível pré-crise. Para 2018, a previsão de crescimento é de 1,7%.

Todos os índices apontam para uma desconfiança grande dos empresários e consumidores. “O nosso estado perdeu a capacidade de investimento e infraestrutura. O que é fundamental para o desenvolvimento econômico. O que falta é o entendimento dos três poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) de enxugar as despesas desnecessárias, cortar despesas mesmo, para que se possa ter uma sobra. O estado não pode continuar gastando aquilo que não tem. E não pode aumentar a carga tributária. Reforma tributária é importante, reforma previdenciária é fundamental. A previdência privada não vai mudar. O buraco e o déficit são no setor público”, afirma o presidente da Acese.

Pinheiro acrescenta ainda que o Governo de Sergipe gasta por mês cerca de R$ 110 milhões com previdência social, quando poderia estar sendo investido em infraestrutura e obra. Segundo o presidente, 80% do que o governo arrecada é gasto com pagamento de folha de pessoal e previdência.

“Não pode ter todo o recurso do estado ser direcionado para pagar folha e pensionista. É zero para investimento. Não melhora estradas. Não abre emprego para a construção civil. Não resolve o déficit da previdência. Na hora que o estado perde a capacidade de investimento, a economia sofre. Porque compete ao estado fazer estradas, facilitar a vinda de indústrias para o estado, novas economias etc”, disse.

Para Pinheiro, o que resta é desejar que os próximos candidatos ao governo apresentem propostas viáveis. “Os candidatos precisam apresentar planos estratégicos para que o estado volte a ter capacidade de investimento. Qualquer proposta de recuperação econômica que passe pela própria economia. É preciso economizar. O estado gasta demais. Tem os aluguéis, mordomias de carros, combustíveis, quando soma tudo isso a conta é alta. Agora, o grande problema, que ninguém quer falar, chama-se Reforma da Previdência”, conclui.

Laís de Melo/Equipe JC