25/07/2018 as 14:18

Seleção Brasileira

Tite diz "sim" à CBF e é o 1º a seguir na seleção após uma Copa desde 1978

Contrato atual foi estendido até 2022.

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Tite diz Foto: Eduardo Knapp/ Folhapress

Quase quatro semanas após a dolorida eliminação contra a Bélgica, nas quartas de final da Copa do Mundo, CBF e Tite entraram em um acordo pela renovação do treinador. Em uma série de reuniões na sede da entidade, no Rio de Janeiro, desde o começo da semana, as partes concordaram em estender o atual contrato até 2022, transformando Tite no primeiro treinador a seguir no comando da seleção brasileira após uma Copa desde 1978, quando Claudio Coutinho teve a chance de permanecer mesmo sem a conquista da taça na Argentina.

A renovação, porém, vai inserir Tite em uma nova realidade. Contratado às pressas em 2016, com a seleção ameaçada de não classificar para a Copa e com toda a pressão popular contra os dirigentes, o técnico multicampeão pelo Corinthians teve liberdade inédita no cargo, participando da escolha de seu chefe imediato, o coordenador Edu Gaspar, até a vasta logística de observações que sua comissão faria nos meses seguintes até o desafio na Rússia.

A ideia da CBF é manter o trabalho, avaliado como positivo, mas tirar a "carta branca" de Tite, que para começar não receberá aumento salarial no novo contrato. Edu Gaspar deve permanecer, com poderes igualmente limitados, assim como a comissão fixa, com os auxiliares Cleber Xavier, Matheus Bacchi e o observador Fernando Lázaro. Outros nomes como o do ex-lateral Sylvinho, além da parte médica da equipe, ainda serão debatidos depois que o contrato até 2022 for assinado, o que deve ocorrer em breve.

A renovação, que já tinha sido sinalizada a Tite antes mesmo da Copa do Mundo, premia o trabalho de recuperação da seleção brasileira promovido na gestão do treinador. De ameaçada nas Eliminatórias, em 2016, a equipe passou a favorita à conquista na chegada à Rússia. Na visão da CBF, essa guinada passa muito pelo treinador, que conquistou resultados rápidos e imprimiu outra cara ao time em relação ao que vinha fazendo seu antecessor, Dunga.

Por outro lado, a revisão dos poderes de Tite e companhia passa pela avaliação do que foi feito na Copa do Mundo. A queda precoce, nas quartas, expôs decisões da comissão ao escrutínio público. A gestão das lesões, a permanência de jogadores em baixa no time titular, a preparação específica para o jogo contra a Bélgica e, principalmente, o tratamento dado a Neymar, colocaram Tite e companhia em xeque.

Para reverter a situação e afastar qualquer tipo de fantasma, Tite terá de reagir rápido. Seu primeiro compromisso é no começo de setembro, com dois amistosos a serem disputados nos Estados Unidos, contra a seleção local e El Salvador. Daqui a um ano, a disputa da Copa América em casa será um grande teste para o treinador e a seleção, que já completa cinco anos sem qualquer título e 11 sem o principal torneio continental.

UOL